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DNA delivery
DE SÃO PAULOEmpresas querem convencer a população a não ir a um laboratório para fazer um teste de DNA para indicar paternidade ou para descobrir qual é a dieta mais adequada para cada pessoa. Os exames são feitos em casa.
A Deoxi, empresa que já trabalha com genética humana e tem sede em Araçatuba (interior de São Paulo), vai lançar em setembro um teste doméstico que analisa a genética do cliente e indica quais alimentos devem ser mais ou menos consumidos.
O sistema vai custar até R$ 2.250 e inclui uma consulta com uma nutricionista.
A pessoa compra o produto pela internet e recebe um kit para o exame --com uma espécie de cotonete, é preciso depositar células da mucosa oral em um recipiente, lacrá-lo, e mandá-lo de volta.
A análise será feita por um laboratório nos Estados Unidos dono da tecnologia. A Deoxi é revendedora oficial do produto no Brasil.
Rodrigo Vitorio Alonso, 33, diz que a meta é vender 2.500 testes até o fim do ano. No ano passado, a companhia faturou cerca de R$ 5 milhões.
Outra empresa que atua no setor de "DNA delivery" é a Genera, que está incubada no Cietec (incubadora de negócios ligada à USP). No caso da companhia, o carro-chefe são os exames de paternidade --cerca de 2.000 kits, que custam R$ 499, foram vendidos em dois anos.
Ricardo di Lazzaro Filho, 28, cofundador da companhia, diz que o teste não tem valor legal, porque a coleta e o envio das amostras não têm garantias de preservação.
Ele diz que seu público é formado por pessoas que têm dúvidas de paternidade, mas "não querem se expor" indo a um laboratório. "Elas querem tirar a dúvida antes de fazer o teste judicial."
VISÃO DO ESPECIALISTA
É NOVIDADE
Há muita oportunidade de inovação na área da saúde. Existe um mercado nesse setor que ainda é inexplorado
E O FUTURO?
É preciso tomar cuidado com as implicações éticas desse tipo de serviço, mesmo que não haja valor legal