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Carreiras e Empregos

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Jovem das classes C e D ainda não enxerga plano de carreira

Maioria não acredita ter perspectiva de longo prazo nas empresas

VICTÓRIA MANTOAN DE SÃO PAULO

O jovem de classe C e D que entra no mercado de trabalho porque precisa ajudar a pagar as contas da casa ainda faz parte da realidade brasileira, mas isso está mudando.

Ariadne Bassani, 18, de São Paulo, é um exemplo. Filha de diarista, ela trabalha como teleoperadora em uma empresa de relacionamento com o cliente.

A jovem ainda mora com os pais e conta que, caso sentisse necessidade de sair do trabalho para se dedicar aos estudos, isso não seria um problema.

Ela quer cursar história ou letras. A empresa onde está, portanto, não é um lugar onde pretende continuar a longo prazo.

A história de Bassani se repete em outras partes do Brasil. De acordo com pesquisa feita pela consultoria Santo Caos, 56% de jovens entre 16 e 22 anos das classes C e D gastam seus salários majoritariamente com lazer e consumo. Além disso, 61% desses jovens cogitam sair de seus empregos no médio e longo prazos.

A pesquisa foi realizada entre março e junho deste ano com 812 jovens que estavam trabalhando em empresas de varejo, telemarketing, fast-food, companhias aéreas, bancos e pequenos negócios em São Paulo, interior paulista, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Recife.

Jéssica Beatriz Henrique dos Santos, 17, trabalha em uma empresa de fast-food, mas não porque precisava ajudar nas contas de casa.

"Eu gasto comigo, com roupa, coisas que eu preciso. Gasto com lazer, para sair."

Santos diz ter uma boa relação com os gestores e percebe que há espaço para crescimento, mas não enxerga a empresa como um lugar para fazer carreira. Ela ainda pretende terminar os estudos e cursar uma faculdade.

De acordo com a pesquisa, só 7% dos jovens entram em uma empresa pensando no plano de carreiras.

Para Jean Soldatelli, diretor de novos negócios e comunicação da consultoria que realizou o mapeamento, é necessário entender que a prioridade da maioria dos jovens da faixa analisada não é construir uma carreira.

"Eles querem renda própria. Hoje, os pais já têm condição de dar o básico. A motivação é poder comprar o celular, por exemplo."


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