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Ciência + Saúde

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Estudo acha 'interruptor' ligado a parkinson

Cientistas descobriram como reativar uma proteína cujo defeito predispõe à doença

MARIANA LENHARO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um dos problemas que predispõem à doença de Parkinson é a falha de uma proteína chamada parkin, que atua como uma espécie de faxineira das células.

Até hoje, seu funcionamento não era bem conhecido, mas, agora, cientistas descobriram o mecanismo que leva à inativação dessa molécula e de que maneira ela pode ser reativada.

Os resultados, concluídos por cientistas da Universidade McGill, no Canadá, podem conduzir à descoberta de tratamentos que levem em conta o caráter neuroprotetor da proteína. A pesquisa foi publicada na revista "Science".

A inativação da parkin é um fenômeno comum em pessoas com mutações no gene PRK2. Mas a maioria dos pacientes com parkinson, mesmo aqueles que não têm mutações conhecidas, têm algum grau de mau funcionamento dessa proteína.

Para chegar a esse resultado, cientistas analisaram a molécula parkin em sua forma inativada em tecido de ratos. A análise foi feita com a ajuda de um raio-x especial, que, além de mostrar quais são as ligações que levam a essa inativação, possibilitou revertê-la, como em um "interruptor" molecular.

"A estrutura que os pesquisadores conheceram melhor pode explicar por que em alguns momentos a proteína está funcionando e em outros, não. E chegar a substâncias capazes de ativar a parkin", diz o neurologista Henrique Ballalai, vice-coordenador do Departamento Científico de Transtornos do Movimento da ABN (Academia Brasileira de Neurologia).

LIMPEZA

A neurologista Margarete de Jesus Carvalho, coordenadora do Ambulatório de Parkinson da Faculdade de Medicina do ABC, explica que a parkin faz parte de um sistema de limpeza que remove pedaços de proteínas que se acumulam de forma tóxica no interior das células nervosas. "Se não ocorre essa faxina, a proteína se acumula no neurônio, levando à sua morte."

Hoje, o tratamento da doença de Parkinson baseia-se em remédios que repõem a dopamina do organismo, de acordo com o neurologista André Felício, da ABN.

Essa substância é produzida, em pessoas saudáveis, pelos neurônios que são afetados pela doença.

Trata-se, portanto, de um paliativo. Segundo Felício, cientistas estão explorando cada vez mais esse viés de pesquisa. Outro estudo divulgado nesta semana demonstrou que o aumento da expressão da proteína parkin em moscas aumentou a longevidade dos insetos.


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