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Instituto Butantan inaugura prédio de coleções zoológicas
JULIANA VINES DE SÃO PAULOO Instituto Butantan inaugurou ontem um prédio para abrigar coleções zoológicas no mesmo lugar onde, em maio de 2010, um incêndio destruiu grande parte do acervo de serpentes e aracnídeos da instituição.
A nova instalação tem 1.600 m² e sete salas que vão abrigar coleções de répteis, insetos e aracnídeos. Três salas já estão prontas, com parte do acervo organizado.
Hoje, estima-se que a coleção de serpentes tenha 20 mil animais; 6.000 coletados após o incêndio. Antes, eram em torno de 90 mil.
"As serpentes foram as mais atingidas. Ainda há muitos animais guardados. Agora vamos fazer a triagem para saber ao certo o que perdemos", diz Francisco Luis Franco, curador da coleção herpetológica (de répteis e anfíbios). Do acervo de aracnídeos, 30% foi perdido no incêndio, mas a maioria do material já foi reposta.
"Estamos trabalhando na recuperação dos espécimes. Além disso, montamos um banco de tecidos e vamos fazer um laboratório de biologia molecular para estudo dos animais", disse Jorge Kalil, diretor do instituto.
O novo prédio começou a ser construído em março de 2011 e custou R$ 5,5 milhões, segundo a Secretaria de Estado da Saúde.
Uma das novidades é a instalação de um sistema anti-incêndio à base do gás FM 200, capaz de acabar com as chamas em até dez segundos, de acordo com a secretaria. Também foi instalado um sistema de escoamento que leva para a parte externa do edifício álcool e outros líquidos usados na conservação dos espécimes.
O prédio tem ainda um espaço para a digitalização do acervo do instituto, que está sendo publicado on-line.
PROTESTOS
Durante a inauguração, o governador Geraldo Alckmin foi alvo de protestos de pesquisadores, que se queixavam da desvalorização da carreira e de más condições de prédios como a biblioteca, que está fechada à visitação.
O governo diz que deu reajuste salarial nos últimos três anos e que a biblioteca será restaurada até abril de 2014.