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Artigo aponta falhas em exame de resistência a bactérias

Investigação de revista britânica mostra que empresa vendeu produtos com problema de qualidade; fabricante nega acusações

DE SÃO PAULO

Uma investigação conduzida pela equipe da revista médica "British Medical Journal" revela que uma fabricante de testes diagnósticos à venda no mundo todo falsificou dados de controle de qualidade e pode ter enviado produtos ineficazes aos laboratórios e hospitais.

O produto em questão é um tipo de disco de papel absorvente contendo antibióticos usado para determinar se uma bactéria que está infectando um paciente é resistente à droga presente no teste.

O disco é colocado na cultura feita a partir do material biológico do doente (urina, sangue ou escarro, por exemplo). Se a bactéria for suscetível ao remédio no disco, o laboratório consegue ver um círculo indicando a morte dos micro-organismos. O tamanho dessa marca determina se a droga é ou não capaz de acabar com a infecção.

Segundo o infectologista Artur Timerman, do Hospital Edmundo Vasconcelos, em São Paulo, esse teste é bastante corriqueiro e seu resultado influencia diretamente a decisão do clínico na hora de escolher o antibiótico adequado para tratar o paciente.

"Se esse teste não for confiável, isso é muito preocupante", diz o médico.

A reportagem publicada pelo "BMJ" afirma que é possível que discos sem antibióticos ou com uma quantidade errada deles tenham sido vendidos com o conhecimento da empresa, que nega as acusações. De acordo com a investigação, na pior das hipóteses, pacientes podem ter recebido prescrições de antibióticos errados ou mais fortes do que o necessário - o disco sem remédio daria a impressão de que a bactéria seria resistente à droga que deveria estar ali.

E-mails internos mostram também que a empresa teria enganado órgãos reguladores britânicos sobre métodos de controle de qualidade dos discos com antibióticos.

Em resposta ao "BMJ", a empresa, que pertence à americana Thermo Fischer, disse que usa padrões rígidos de controle de qualidade e que sempre avisou as autoridades quando houve problemas.

A Folha tentou contato com representantes da Oxoid no Brasil por telefone e e-mail, mas não houve resposta até a conclusão desta edição. A empresa tem distribuidores em diversos Estados.


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