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Para elevar consumo, é preciso superar 'medo' no preparo

Especialistas dizem que brasileiro deixa de comer peixe por não saber como comprar e preparar a carne em casa

De carne mais delicada, peixes têm, em geral, cocção mais rápida do que as carnes bovina e de frango

DE SÃO PAULO

Como explicar o baixo consumo de peixes em um país com mais de 7.000 quilômetros de litoral e a maior reserva de água doce do planeta?

"Ainda nos falta organizar a cadeia produtiva: o consumidor que compra um peixe no mercado muitas vezes encontra outro no dia seguinte, e a um preço diferente. Isso o impede de fidelizar a compra --e é algo que não se dá com os peixes importados", diz Roberto Imai, coordenador do Comitê de Pesca da Fiesp.

E a questão passa por anos e anos de uma cultura que acabou nos afastando dos animais que vêm da água.

"Os problemas de infraestrutura do país fazem com que o peixe que vem da região Norte, por exemplo, seja caro", diz Cristiane Neiva, do Instituto de Pesca.

O preço alto é acompanhado de certa insegurança. "O brasileiro tem medo de peixe: não sabe se está comprando um bom exemplar e acha que vai ser difícil prepará-lo", lista Bella Masano, do Amadeus, casa que desde os anos 80 se dedica aos peixes.

Por isso, apesar do aumento na ingestão média, os estudiosos e chefs ouvidos pela Folha reconhecem que ainda há espaço para avançar.

NA CHAPA

Pequenos cuidados bastam para que se faça uma boa compra (veja dicas ao lado).

Na cozinha, não há tanto segredo. Uma regra básica: de carne mais delicada, peixes têm, em geral, cocção mais rápida do que as carnes bovina e de frango.

"Quando cozido demais, ele perde as características mais marcantes, como a textura", diz Ilda Vinagre, chef do restaurante A Bela Sintra.

No forno, os peixes não devem ficar por mais de uma hora; na chapa, dois minutos de cada lado bastam.

O ponto da carne aparece quando ela começa a esbranquiçar (no caso das espécies de carne mais clara, como a tilápia e a pescada, isso fica mais evidente).

A delicadeza também pede atenção --e comedimento-- na hora de temperar.

IMPORTADOS

O aumento do consumo está ligado também às espécies importadas, que chegam ao Brasil congeladas e com preços mais baixos. Essa leva não vem de velhos parceiros, como Chile (pelo salmão) e Noruega (pelo bacalhau). Nações como Vietnã e China (que, por terem menos impostos, vendem a preços baixos) multiplicaram o volume exportado para o Brasil.

Em locais como a rede Walmart (terceira maior do país em faturamento), importados respondem por 60% das vendas na peixaria.

O consumo de exemplares brasileiros, no entanto, pode avançar. Há margem para isso principalmente no consumo de peixes de água doce. Entre os dez mais vendidos no Ceagesp (veja arte), nove são de água salgada. (GUSTAVO SIMON)


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