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Tomate sobe de preço e mais uma vez vira 'vilão' da inflação
Outros alimentos, como carne e farinha de trigo, também impactaram no IPCA
O preço do tomate voltou a subir --depois de um ano em que teve altas substanciosas.
Na semana passada, a divulgação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial, chamou novamente a atenção para o fruto.
Em outubro, o IPCA ficou em 0,57%, contra 0,35% no mês anterior. Mais uma vez, o tomate está entre os responsáveis pela alta. Seu preço subiu 18,7% no país --52% em praças como o Rio.
No Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), o quilo do tomate para salada era comprado, no atacado, por R$ 3,26 na última sexta-feira; no final de outubro, custava R$ 2,20.
"Estamos na transição de safra [do tomate] e a área plantada diminuiu", explicou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora do IBGE.
"Pela entressafra, o aumento já era esperado, mas a especulação, também em torno do histórico deste ano, é um agravante", diz Celina Ramalho, professora da FGV.
Outros alimentos, como carne (inflação de 3,2%) e farinha de trigo (alta de 3,8%) também impactaram no IPCA.
POLÊMICA
Em abril, o preço do tomate causou polêmica --à época, subiu até 125% (em 12 meses), e o quilo chegou a custar o mesmo que o de algumas carnes, cerca de R$ 12.
A cantina Nello's, em São Paulo, organizou até um boicote ao ingrediente.
Até o final do ano, com a nova safra, o preço deve voltar a cair. (GUSTAVO SIMON)