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Crítica restaurante

Cozinha familiar é trunfo do Vila Corsica

Casa da Oscar Freire tem varanda para a rua, pratos com cozimentos intensos e apenas duas opções de peixes

JOSIMAR MELO CRÍTICO DA FOLHA

São Paulo parece estar aberta para tudo, mas nem sempre. Em termos de comida, dificilmente uma especialidade estrangeira decola se não há aqui uma base de migrantes daquela nacionalidade. Novo teste será feito com a inauguração do Vila Corsica Bistrô, neste janeiro.

Conta a seu favor o fato de que sua cozinha tende a ser mais familiar. A Córsega é uma ilha francesa no Mediterrâneo, e muito de sua cozinha é francesa ou lembra a da Itália.

Outro ponto a favor do restaurante são as instalações. É simpático ir a restaurantes pequenos, com poucas mesas, especialmente se têm sofás aconchegantes, luz tênue e uma pequena varanda para quem prefere ver o movimento da rua (por sinal, nos Jardins).

A escolha da cozinha foi natural. O proprietário, David Milelli Herrebrecht, 42, nasceu em Paris em família de origem corsa. Ali trabalhou e foi dono de restaurantes até se mudar para São Paulo em 2013 (sua mulher é brasileira).

Para a cozinha ele chamou um amigo corso, Frederic Pieri, 42, até então sócio e chef de um restaurante em Paris. Aqui, seu menu tem pratos mais vigorosos do que se imaginaria de uma ilha no Mediterrâneo --há muito mais carnes do que peixes e pratos com intensos cozimentos.

Na entrada, grandes e tenros camarões são fritos em massa fina e crocante, com molho de amêndoa e limão; enormes mexilhões são gratinados com molho de manteiga e ervas.

Mais sutil é a pissaladière, uma torta de tomates com compota de cebola e uma refrescante salada.

POUCOS PEIXES

Entre os pratos principais, somente dois são de pescados --o saint-peter (que nem é de mar, nem tem muito gosto de peixe...) com molho de capim-santo e legumes; e lulas em rodelas à provençal, macias e imersas em molho com bastante tomate.

Mesmo um prato vegetariano é mais encorpado do que leve: o "caviar" de berinjela com molho de tomate e queijo de cabra, também gratinado.

Os mais vistosos pratos de carne lembram mais frias montanhas do que o mar ensolarado, caso da carne braseada com azeitonas servida com batata gratinada, e da paleta de cordeiro assada com legumes. Ambas são trazidas em panelinhas fumegantes, com boa técnica de cozimento, mas pedindo molhos mais concentrados na textura e sabor.

Boa pedida ao final da refeição é o café (ou chá) gourmand, que vem com três pequenas sobremesas extraídas do cardápio --como suflê de castanha com creme de mascarpone, crème brûlée de baunilha e, bem, tiramisù de Nutella.

VILA CORSICA BISTRÔ
ONDE r. Oscar Freire, 155, Jardins (São Paulo); tel. (11) 3062-6140
HORÁRIO de ter. a sex., das 18h à 0h e das 18h à 0h; sáb., das 12h à 0h; dom., das 12h às 17h
AMBIENTE pequeno, acolhedor, com sofás confortáveis e varandinha para a rua
SERVIÇO corre sem problemas, ao menos enquanto são poucas as mesas ocupadas
VINHOS cerca de 40 rótulos de bom preço bem distribuídos pelo mundo
CARTÕES A, D, M e V
PREÇOS entradas, de R$ 20 a R$ 42,50; pratos principais, de R$ 29 a R$ 62; sobremesas, de R$ 17 a R$ 25


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