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Chef do Noma se diz surpreso com volta ao topo
Eleito o melhor do mundo de novo, restaurante de René Redzepi teve ano de polêmicas
Minutos antes de começar a premiação dos 50 melhores restaurantes do mundo, anteontem, apenas um chef permanecia do lado de fora do Guildhall, em Londres, onde ocorreu a cerimônia.
Ali, o dinamarquês René Redzepi explicava, entre tragadas de cigarro, por que torcia para o D.O.M., do brasileiro Alex Atala, liderar o ranking: "Quem rege este prêmio é a Lei de Newton: tudo o que sobe, desce", afirmou.
Duas horas depois, já de volta ao topo da lista --o Noma havia sido eleito o melhor do mundo de 2010 a 2012--, o chef repetia a teoria. "Foi a maior surpresa que já tive."
A volta da casa de Redzepi ao topo da premiação, feita a partir da votação de 936 jurados em todo o mundo, ocorreu depois de um ano de polêmicas para o restaurante localizado em Copenhague.
Primeiro, 63 clientes foram intoxicados por um vírus e passaram mal após comer lá --autoridades sanitárias reduziram a nota do lugar.
No fim de 2013, o Noma voltou ao noticiário por supostamente ameaçar estagiários caso eles deixassem o trabalho antes de três meses. O restaurante se desculpou.
"Já estava celebrando quando vi que estávamos entre os 20 primeiros", disse Redzepi, anteontem, na cerimônia.
O fator surpresa também apareceu na ausência do brasileiro Alex Atala, na queda do peruano Astrid y Gastón (o melhor da América Latina caiu de 14º para 18º) e na forma de divulgação da lista.
Pela primeira vez, os resultados não foram divulgados com antecedência, nem para os chefs. "Sempre há rumores, mas desta vez não houve. É legal quando é uma surpresa genuína", disse Redzepi.
O anúncio do vencedor causou olhares de espanto e reprovação em parte dos chefs.
O espanhol Juan Mari Arzak, do Arzak, reclamou da volta do Noma ao primeiro lugar. "É um absurdo o El Celler de Can Roca perder o topo."
Joan Roca, que dirige a casa, foi diplomático: "Claro que há uma fascinação pelo número um, mas estamos contentes com o segundo lugar".