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Para ver e para comer

Exposição "Alimentário", no Rio, insere a comida na formação cultural brasileira por meio de obras de arte, documentos e fotos de pratos de chefs

LUIZA MELLO FRANCO DO RIO

O Museu de Arte Moderna do Rio não permite que se coma dentro do espaço de exposição. Apesar disso, lá está uma lombada feita de paçoca --é a obra "Quebra-mola", de Débora Bolsoni.

A escultura é uma das cerca de 150 peças da exposição "Alimentário", que exalta a importância do alimento na formação cultural brasileira, aberta na sexta-feira (13).

Segundo o idealizador, o chef Felipe Ribenboim, a intenção é levar a culinária para o ambiente tradicionalmente ocupado pela arte.

"Alimentário" mistura fotos de pratos criados por cinco chefs brasileiros --Alex Atala (D.O.M.), Thiago Castanho (Remanso do Bosque), Rodrigo Oliveira (Mocotó) e Helena Rizzo e Daniel Redondo (Maní)-- e obras de arte de diversos estilos, que têm como inspiração a culinária.

Entre os artistas escolhidos pelo curador italiano Jacopo Crivelli estão importantes nomes da arte brasileira, como Candido Portinari (1903-1962) e Beatriz Milhazes.

Assim, "Alimentário", que segundo Ribenboim custou cerca de R$ 1 milhão e teve o apoio de empresas, sugere que comida também é arte.

O paraense Thiago Castanho conta que, na sua infância, queria ser artista plástico, até descobrir que poderia se expressar na cozinha.

PATRIMÔNIO

Apesar de a mostra ter sido montada sem um caminho rígido a ser seguido, ela é organizada em três núcleos: Prelúdio, Raízes e Brasilidade. Além das fotos e obras de arte, há documentos e objetos históricos que ajudam a contar a história da culinária brasileira --do deslumbramento de Pero Vaz de Caminha, cuja carta é exposta em fac-símile, aos pratos dos chefs contemporâneos.

Entre eles está "Abacaxi com formiga amazônica", de Alex Atala. A foto faz parte do núcleo Prelúdio, que busca inserir o visitante na atmosfera de deslumbre e estranhamento que marcou a chegada dos portugueses ao Brasil.

"Conheci esse ingrediente na Amazônia, com dona Brazi, uma índia de origem baré, cozinheira de mão cheia. É o único inseto que conheço que não é comido como fonte de proteína, mas sim como um tempero", diz Atala.

O texto de abertura do núcleo Raízes, que dá conta da cozinha indígena, diz que a contribuição dessa culinária "foi ofuscada pela marcante presença de outros povos que migraram para o Brasil".

Representando o resgate dessa tradição há pratos como "Dadinhos de tapioca", de Rodrigo Oliveira.

O mais amplo dos três núcleos, Brasilidade buscar dar conta da influência dos ciclos econômicos, movidos por alimentos como a cana e o café, aos dias de hoje.

"Buscamos expor um retrato do universo alimentar que fosse fiel ao reproduzir não seus traços externos, mas a pluralidade", diz o curador.

"ALIMENTÁRIO"
ONDE MAM-RJ (av. Infante D. Henrique, 85, Rio, tel. 21/3883-5600)
QUANDO de 13/6 a 10/8
QUANTO R$ 14 (ou R$ 7 para estudantes e maiores de 60 anos)


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