Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Análise

Apenas política consistente pode fixar profissional, estrangeiro ou não

CLÁUDIA COLLUCCI DE SÃO PAULO

O estímulo do governo federal para que mais médicos estrangeiros atuem no país poderá não surtir efeito se não houver regras claras e duradouras para a fixação desses profissionais nas áreas mais desassistidas.

A última pesquisa sobre a demografia médica no Brasil revelou que 40% dos médicos estrangeiros ou brasileiros que se formaram no exterior estão hoje no Sudeste, onde justamente já existe maior concentração médica.

O país tem 7.284 médicos (1,87% do total) que se graduaram no exterior. Os estrangeiros somam 2.399, sendo 95% de países latino-americanos, como Bolívia, Peru, Colômbia e Cuba.

As entidades médicas têm colocado em dúvida a qualificação técnica desses profissionais. Nos dois primeiros anos do Revalida (exame nacional de revalidação de diplomas estrangeiros), de 1.184 inscritos, apenas 67 foram aprovados.

Os que defendem o ingresso dos estrangeiros dizem que a alta taxa de reprovação se deve ao rigor do exame e cogitam que, se os brasileiros fizessem o mesmo teste, teriam igual desempenho.

O fato é que tanto esse debate como o recente anúncio de abertura de escolas médicas nas áreas mais carentes parecem marginais e longe de equacionar o problema da má distribuição de médicos.

Estrangeiros ou não, os médicos só fixam moradia onde há uma combinação de salário, condições de trabalho e perspectivas de crescimento profissional. E para isso é preciso uma política pública consistente.

Sem ela, há risco de adoção de medidas imediatistas ou pautadas pelo marketing, distanciadas das reais necessidades de saúde da população.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página