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Piloto disse que não era nada, afirma vítima

Uma das feridas na queda do balão na Turquia diz que condutor, num primeiro momento, minimizou o problema

Vera Monteiro, 70, sofreu cirurgia na coluna; três brasileiras amigas dela morreram após a queda de 300 m

FABIO BRISOLLA DO RIO

A Turquia era mais um destino na série de viagens realizadas por um grupo de amigas do Rio de Janeiro ao longo de duas décadas.

"Já passamos por Espanha, Portugal, Rússia, Polônia, República Tcheca. Íamos juntas a todos os lugares", contou à Folha Vera Monteiro, 70, internada em um hospital particular na região da Capadócia.

Na última segunda-feira, ela estava entre os passageiros no voo panorâmico do balão que despencou após uma colisão, a quase 300 metros de altura. Três brasileiras morreram no acidente: Ellen Kopelman, 81, Marina Rosas, 77 e Maria Luiza Góes, 85, todas amigas de Vera.

Em entrevista por telefone, ela relembrou o momento em que o tecido do balão rasgou ao ser atingido pelo cesto de outro, situado logo acima.

"Eu ouvi um barulho e perguntei o que era. Ele [o piloto] disse que não era nada. Depois mandou a gente abaixar e segurar nas argolas [na parte interna do cesto]. A partir daí, não vi mais nada", lembra Vera, que passou por uma cirurgia na coluna.

A quinta integrante do grupo carioca era Maísa Ildefonso, internada em outro hospital turco. Havia ainda uma sexta passageira, estreante nas viagens do grupo. Aurora Junqueira, moradora de São Paulo e cunhada de Maria Luiza, que também permanece hospitalizada.

"Maísa é minha amiga desde os 10 anos de idade. Ela me apresentou às outras, que já conheço há mais de vinte anos", explicou Vera.

O que ligou as mulheres foi a Sociedade de Engenheiros e Arquitetos do Rio (Seaerj), representação dos profissionais que trabalhavam nos governos estaduais ou municipais.

O marido de Marina Rosas foi engenheiro na secretaria de obras do Estado. No início dos anos 1990, já viúva, ela assumiu a gerência do departamento de pensionistas da associação de classe. Permanecia no cargo desde então.

"Minha avó se formou em direito, com mais de 70 anos, só para ajudar nos processos de sua amigas", disse o publicitário Diego Rosas Marcondes, 28, neto de Marina.

Além de auxiliar no trâmites jurídicos, a representante das pensionistas organizava bingos mensais na sede da instituição. Ali, ela se aproximou de outras três viúvas: Ellen, Maria Luiza e Maísa. "Elas foram a todos os cantos do mundo", lembrou o neto.

O grupo chegou à Turquia no dia 14 de maio e iria fazer uma escala na Grécia antes de voltar ao Brasil.


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