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Cleber Teixeira dos Santos (1938-2013)

Um poeta que fazia livros artesanais

ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULO

"Aquí se imprimen libros" é uma frase que consta em "Dom Quixote". E é o aviso que Cleber Teixeira colocou na entrada do ateliê que mantinha no subsolo de sua casa.

Em sua oficina em Florianópolis (SC) funcionou desde 1977 a editora de livros artesanais Noa Noa. Com uma impressora tipográfica de 1888, movida por um pedal, Cleber imprimiu mais de 60 títulos.

Carioca, filho de um jornalista esportivo, formou-se em letras e trabalhou no Instituto Nacional do Livro e na editora Bloch. Era familiarizado com os livros desde pequeno --aos oito, ganhara do pai a coleção completa de Monteiro Lobato.

Decidiu criar uma editora para publicar os próprios poemas. Comprou a impressora de uma viúva, nos anos 60.

À empreitada deu o nome de Noa Noa, título do relato de viagem de Paul Gauguin, por considerá-lo plástico, como conta a mulher, Elisabeth.

Imprimiu, entre outros, as traduções de Mallarmé feitas por Augusto de Campos, com tiragem de 225 exemplares.

Mudou-se para Florianópolis em 1977. Com o tempo, sua casa se tornaria um ponto de encontro de intelectuais. Acabou ficando amigo do bibliófilo José Mindlin, que tinha exemplares de sua editora.

É descrito como afetuoso, calmo e de fala mansa. Tinha fissura por cavalos, mas o eixo de sua vida eram mesmo os livros, como lembra a mulher.

Há alguns anos, teve sua história registrada no documentário "Só Tenho um Norte".

Sofria de uma doença degenerativa. Morreu no sábado (22), aos 74. Suspeita-se de um infarto. Teve três filhos e quatro netos. Suas cinzas serão jogadas no Jardim Botânico, seu local favorito no Rio.


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