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Ato 'unificado' tem discursos a favor e contra Dilma

Força Sindical xinga presidente e pede demissão de ministro da Fazenda; CUT elogia petista por plebiscito

Sindicalistas justificam adesão reduzida e, durante protesto, falam em 'sucesso' de mobilização

DE SÃO PAULO

O acordo para evitar críticas diretas à presidente Dilma Rousseff no principal ato das centrais sindicais em São Paulo não impediu que suas manifestações ficassem divididas entre ataques e elogios à atuação da petista.

No protesto que promoveu sozinha pela manhã, na zona sul da capital, a Força Sindical levantou cartazes de "Fora, Dilma" e xingou a presidente. "Eu quero mandar aquele recadinho de novo para nossa querida Dilma", disse José Silva, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, ligado à Força.

Após a deixa, os sindicalistas responderam: "1, 2, 3, 4, 5, mil, eu quero que a Dilma vá para a puta que pariu".

Mais tarde, o presidente da Força, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), fez duras críticas à política econômica de Dilma e disse que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, não tem condições de permanecer no cargo.

"É necessário a demissão. O ministro Mantega fala e ninguém mais presta atenção", afirmou.

Já a CUT, que se reuniu em São Bernardo do Campo antes de seguir para o ato com as demais centrais, elogiou a proposta de um plebiscito, bandeira do PT e de Dilma.

A entidade permitiu ainda que militantes do partido carregassem faixas em que diziam estar "com Dilma".

Com discursos opostos, as duas maiores centrais sindicais se encontraram no início da tarde, na avenida Paulista, para o principal ato do dia e baixaram o tom.

Lá, os ataques mais inflamados vieram de dirigentes de partidos de extrema esquerda, como PSTU e PCO. E a defesa --tímida-- de Dilma coube a líderes petistas.

"Sabemos que muito foi feito, mas muito ainda tem que ser feito. Temos que avançar para fazer efetivamente do Brasil um país de igualdade e oportunidades", disse o presidente estadual do PT, Edinho Silva.

Militantes petistas, convocados na semana passada para defender a pauta do governo, evitaram exibir bandeiras. O PT disse que houve um acordo para que os materiais da sigla não fossem levados à Paulista para não melindrar as centrais nem "descaracterizar" os atos.

ESVAZIAMENTO

O número de pessoas levadas pelas centrais era pequeno diante do público que foi espontaneamente à Paulista em atos das últimas semanas.

À imprensa, os sindicalistas buscaram justificar o tamanho do público. "Sabíamos que os trabalhadores não iriam para a Paulista. Parte foi para casa e parte voltou a trabalhar", disse o presidente da Força. "É diferente de organizar atividade às 18h, depois do trabalho", disse Vagner Freitas, da CUT.

Durante o ato, no entanto, fizeram discursos inflamados, enaltecendo o "sucesso" da mobilização. "Em defesa de uma nova política econômica, do fim do fator previdenciário, da redução da jornada de trabalho, enfim, dessa pauta dos trabalhadores que levou milhões às ruas de todo o Brasil", chegou a dizer Paulinho da Força.

Uma reunião com as centrais sindicais prevista para hoje deve colocar em pauta uma greve geral. Ao menos três das oito centrais já defendem sua realização: Força, CSP-Conlutas e Nova Central Sindical. A CUT é contra.


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