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Corpo leva 7 horas para ser removido da praça da Sé

Mulher que morreu na região central de São Paulo era moradora de rua

Segundo marido, que também vive na rua, ela passou mal anteontem; à luz do dia, cadáver ficou cercado por ratos

FELIPE SOUZA DE SÃO PAULO RAFAEL TATEMOTO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O corpo de uma moradora de rua demorou ontem mais de sete horas para ser retirado da movimentada praça da Sé, marco zero da cidade de São Paulo, após uma médica constatar a morte dela.

Durante toda a tarde, pedestres e comerciantes passavam ao lado do cadáver, que chegou a ficar cercado por ratos enquanto aguardava a remoção.

Segundo Adão Andrade, 67, marido de Meire de Oliveira, 55, a mulher morreu por volta das 9h.

Ele e outros moradores de rua da região disseram que a mulher estava passando mal desde o dia anterior e que contataram o Samu e um posto da Guarda Civil Metropolitana na praça da Sé.

De acordo com o boletim de ocorrência, uma médica, acompanhada pelo Corpo de Bombeiros e pela Polícia Militar, confirmou a morte por volta das 12h50.

A Polícia Civil foi comunicada sobre o caso às 13h50.

Em volta do cordão de isolamento no qual estava o corpo de Meire, alguns moradores de rua se exaltaram contra a demora do serviço funerário, o que fez com que a Força Tática da Polícia Militar fosse acionada.

"Isso é preconceito. Nem o direito de ser enterrado o morador de rua tem", gritou um deles para os policiais.

Enquanto o corpo aguardava para ser retirado, um funcionário da Secretaria de Direitos Humanos da prefeitura que acompanhava o caso afastava ratos.

Cinco ratos ainda estavam embaixo dos cobertores quando o IML chegou, às 20h20, e o corpo foi retirado.

Gilvan M. da Silva, 40, funcionário de uma banca de jornal na praça, disse que o Samu passou pelo local para fazer o atendimento dela por volta das 10h, mas, ao constatar que ela já estava morta, não levou o corpo.

Uma cliente que estava na banca disse que passou pelo local no mesmo horário, quando pessoas já falavam sobre a morte da mulher. "É um absurdo. Um descaso com o ser humano bem no centro de São Paulo", disse Silva.

Um funcionário do IML disse que tinha acabado de assumir o plantão, "desconhecendo se houve atraso".


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