Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Pelo fim do 'Sargento Garcia'

Com boa parte da tropa à beira da obesidade, Polícia Militar baiana cria 'spa' para emagrecer seus homens

NELSON BARROS NETO DE SALVADOR

Com um dos Estados mais violentos do Brasil para lidar, a Polícia Militar da Bahia ainda enfrenta outro problema: a "síndrome do sargento Garcia", o militar obeso das histórias do herói mascarado Zorro.

O fato é: a tropa está acima do peso, à beira da obesidade.

Os dados estão em estudo feito pela própria corporação nos últimos cinco anos com 6.200 policiais (19% do total).

Avaliações físicas apontaram que o IMC (Índice de Massa Corporal) médio da tropa é de 29,5. Para a OMS (Organização Mundial de Saúde), valores entre 25 e 29,9 indicam sobrepeso; a partir daí, a pessoa já é tratada como obesa "leve".

"A situação é preocupante", diz o coronel Nelson Ribeiro, do departamento de saúde, que montou uma espécie de "spa" para emagrecer os PMs.

Policiais "gordinhos", na avaliação do comando da corporação, têm dificuldades para perseguir bandidos, carregar armamento pesado, atirar com precisão e até entrar e sair dos veículos. Pior quando o serviço se dá numa cidade famosa pelas ladeiras.

Policiais afirmaram à Folha, sob condição de anonimato, que não têm tempo nem disposição para exercícios fora do expediente, período que costumam reservar a "bicos" como seguranças.

Como razões do sobrepeso, citam os já tradicionais lanches de graça que conseguem durante as rondas, de comerciantes que permitem "acesso livre" por medo de terem áreas desprotegidas.

O "spa", criado pelo comando no ano passado, é uma clínica que promove programas de "reeducação alimentar e psicológica". Os policiais ficam de quatro a seis meses fora do expediente normal: frequentam o espaço de dia e voltam para casa à noite.

As turmas têm limite de 50 vagas e o atendimento ocorre mediante procura individual ou indicação de superiores. A corporação não deu detalhes sobre a dieta e as atividades físicas oferecidas.

"Não podemos deixar que se alcance um estágio de obesidade mórbida", afirmou o coronel Nelson Ribeiro, que finaliza projeto para submeter os PMs a dois check-ups anuais.

A PM da Bahia informou, via assessoria, que os policiais fazem exercícios e exames médicos dentro de "diversos cursos de atualização e especialização". Afirmou ainda que a tropa recebe auxílio-alimentação de R$ 199 para refeições necessárias ao longo do serviço.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página