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Alcebíades de Mendonça Athayde (1928-2013)
Veio a SP ter um grande laboratório
ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULOSempre que passava em frente a um grande laboratório, Alcebíades de Mendonça Athayde dizia para si mesmo: "Um dia vou ter um desses".
Alagoano de Anadia que cresceu numa fazenda em Mar Vermelho (AL), era filho de comerciantes que depois se tornaram fazendeiros. Teve uma mercearia antes de vir a São Paulo, por volta dos 20 anos.
Na pensão em que passou a viver na capital paulista, conheceu um propagandista que o indicou para uma vaga. Iria se encantar pela profissão.
Um dia, decidido a buscar novos desafios na área, entregou sua carta de demissão para a moça do departamento pessoal do laboratório. O chefe a recusou. Athayde não só continuou na empresa como se casou com Aureluce, a moça do departamento pessoal.
Nos anos 50, após o nascimento do primeiro filho, foi para o Recife (PE) trabalhar como revendedor de laboratórios paulistas. Com o dinheiro que guardara, retornou a São Paulo e comprou, em 1965, parte do laboratório Libbs, que fora criado em 1958.
Vivia lendo "As Bases Farmacológicas da Terapêutica", que tinha como Bíblia, e viajando para trazer novidades. Nos anos 80, passou a produzir matéria-prima e se consolidou ao lançar o Ancoron, para insuficiência cardíaca.
Em 1985, criou sua farmoquímica em Embu, que tem hoje 2.200 funcionários. A Libbs diz investir 8% do faturamento em pesquisa e tem os contraceptivos como carro-chefe.
"Um passo por vez e com segurança", dizia. O próximo seria investir em biotecnologia.
Morreu na segunda (22), aos 85, de causas naturais, como divulgado pela família. Teve três filhos e nove netos.