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Para as concessionárias, pedágios serão para todos

Presidente de entidade do setor diz que cobrança por distância é inevitável

Segundo ele, motorista terá de conviver com congestionamento em rodovias que chegam às grandes cidades

O presidente da ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias), Moacyr Servilha Duarte, diz que sem soluções novas o motorista terá de se acostumar aos grandes congestionamentos em estradas que chegam às metrópoles.

Afirma ainda que, entre cinco e dez anos, praticamente ninguém conseguirá trafegar em rodovias com pedágio no país sem pagar. Até lá, diz, todas terão o sistema eletrônico que cobra de acordo com a distância percorrida.

Folha - O pedágio não é caro, principalmente em São Paulo?

Moacyr Servilha Duarte - Falta enfoque nessa discussão. Você tem que ver a equivalência entre a tarifa e o benefício que o usuário recebe. Estudos que fazemos mostram que o benefício é favorável ao usuário. Nesse sentido, a tarifa não é cara. O que dificulta a modicidade é a base de pagantes. Se eu cobrasse 100% dos usuários a tarifa seria módica. Na Dutra, só 9% pagam.

Mas há uma crítica muito forte contra o governo de SP em razão das tarifas.

É discussão muito difícil, politizada, político-partidária. A oposição ataca o programa de São Paulo, que é um sucesso inegável, e o governo acaba não se sentindo em condições de se defender.

As rodovias concedidas em 2007 têm pedágio baixo, mas enfrentam atrasos em obras. O que ocorreu?

Os estudos para a concessão eram antigos. Deveriam ter feito tudo de novo, mas pegaram os estudos antigos e começaram a requentá-los. Quando chegou em 2007, fizeram licitação com base em estudos de dez anos. E foram atualizados meia boca, não se revisitou, foi-se aos trechos, ver o que já tinha sido feito.

Faz licitação em ambiente diferente de 94, de 96, em momento de euforia, o Brasil ia bem, a situação mundial era boa. E esse ambiente propiciou aquelas propostas.

E começa a chegar ao local para fazer a obra e tinha problema. A serra do Cafezal não tinha licença ambiental. Contornos de Florianópolis, Niterói, Campos, tudo deu problema. Não sei se, pelo valor da tarifa, a concessionária estava mais ou menos animada.

Os engarrafamentos nas estradas que chegam às metrópoles vão acabar em algum dia?

Nos Estados Unidos tem esse mesmo problema. Comunidades se apropriam das rodovias como via local. Deslocamentos das cidades e das regiões metropolitanas deveriam ter solução própria.

Aqui, perdemos uma grande oportunidade quando foi feita a terceira faixa da marginal Tietê.

Tinha tudo para fazer uma via rápida, com pedágio. Aí, quem está na Castello Branco e quer ir para a Dutra, para o aeroporto, paga e vai mais rápido. Um projeto previa um elevado que ligava a Castello à Ayrton Senna com saída para a Dutra, de um lado só, seis faixas, com poucos acessos.

Se fizesse isso, era fácil vender a ideia do pedágio. Mas foi criada a terceira e o que acontece? Ela está entupida. E precisa modernizar o sistema de cobrança.

Como será a modernização?

Em cinco ou dez anos não vai ter mais praça de pedágio. E vai ter dois fatos positivos com a cobrança eletrônica. O ato de meter a mão no bolso e pagar pedágio é dolorido, sempre. Na hora em que você acaba com isso, tira o aspecto psicológico. E você vai pagar pela distância percorrida. Todo mundo vai pagar, e todos vão pagar menos. As vantagens serão essas.


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