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Bar Riviera, de clientes e casos famosos, reabre em São Paulo
Projeto é comandado por Alex Atala e o empresário Facundo Guerra
Riviera, casa que no passado atraía figuras como Chico Buarque e Angeli em farras que iam noite adentro, abrirá suas portas mais uma vez na próxima semana, após sete anos fechada.
Acasa volta sob o comando de Alex Atala, 45 (chef do D.O.M, recém-eleito segundo melhor restaurante da América Latina pela revista britânica "Restaurant"), e do empresário da noite Facundo Guerra, 39.
Criado por Ignacio Maniscalco em 1949, no térreo do edifício Anchieta, no encontro da av. Paulista com a rua da Consolação, em frente ao Cine Belas Artes, o bar tinha entre seus frequentadores mais ilustres Elis Regina, Toquinho e os cartunistas Laerte, Chico e Paulo Caruso.
Se o bar nasceu voltado à elite, essa sofisticação logo se foi. Nos anos 1950, começou a atrair professores universitários, políticos e esportistas.
"Maluf já passou por aqui para almoçar", conta Renato Maniscalco, filho de Ignacio.
Foi lá que, em 1966, Chico Buarque celebrou a vitória de "A Banda", no Festival da Record (na verdade, um empate com "Disparada", de Geraldo Vandré). Renato lembra que a festa foi tímida. "Ele sentou com dois amigos em um canto, e eu tive a honra de lhe pagar um uísque."
A personagem Rê Bordosa, criada em 1984 por Angeli, nasceu no Riviera --inspirada não por uma, mas por várias garotas que pertenciam àquele universo.
"Entrei no banheiro masculino e lá estava uma mulher fazendo xixi de pé. Olhei e ela falou: Depois da quinta dose, faço coisas que até Deus duvida'", conta o criador de Rê.
Angeli bateu ponto lá até o fim dos anos 1980. Para ele, o bar foi importante por ter sido frequentado por "pessoas brilhantes".
O novo Riviera terá noites com curadoria musical e clima de clube de jazz.
"Fiz uma casa que gostaria de frequentar com meus amigos", diz Atala.