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'Hoje eu não sou nada', diz Jéssica, em seu 3º tratamento

DANIEL CARVALHO DO RECIFE

Jéssica Soares, 21, era vendedora numa concessionária de veículos na região metropolitana do Recife quando, há dois anos, o namorado de uma amiga a apresentou ao crack. "É igual a homem. Foi amor à primeira vista."

Para comprar a pedra, fazia programa a R$ 10.

"Não tenho noção de quantas vezes me prostituí. Teve uma época em que estava muito magra. O crack estava me dominando", afirma a ex-vendedora, que teve o marido assassinado por dívidas de droga. Ela mesma afirma dever mais de R$ 1.000 a traficantes.

Mãe de uma menina de 7 anos, diz que chegou a traficar, mas acabava consumindo o que deveria vender. "Já fui uma pessoa profissional. Hoje eu não sou nada. [Com o crack, a pessoa] Só tem duas certezas: ou cadeia ou morte. É muito difícil sair da droga."

Até a sexta-feira, quando foi levada para uma casa de acolhimento na região metropolitana, Jéssica era mantida pela mãe acorrentada à cama. Está ali pela terceira vez.

Agora, é acompanhada por psicólogos, assistentes sociais e pedagogos, entre outros profissionais, numa casa com piscina, biblioteca e sala de jogos, com outras 41 pessoas. Como Jéssica, de 15 a 20 dormem ali.

O programa Atitude, do Estado, já atendeu 3.200 usuários de crack desde setembro de 2011. A droga está presente em todas as regiões de Pernambuco, mas o governo não fala em epidemia. Não há números oficiais de usuários.

"Tenho muita vontade de recomeçar. Quero me casar de novo. Meu sonho hoje é sair dessa vida, voltar ao que eu era antes. Hoje ninguém confia em mim."


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