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Jaime Fernández Galiana (1933-2013)

Espanhol que viveu meio século no Brasil

ANDRESSA TAFFAREL DE SÃO PAULO

Foi como marinheiro que o espanhol Jaime Galiana pisou no Brasil pela primeira vez, aos 23 anos. Resolveu ficar por aqui mesmo, mas sem esquecer do amor que havia deixado no velho continente.

Por procuração, casou-se com Berta, uma jovem que conheceu em uma praia de Vigo, sua cidade natal.

No começo da nova vida, passou por "poucas e boas" no Brasil, como contam os filhos. Antes de a mulher chegar, arrumou um quarto em uma pensão, onde teve todos os seus pertences roubados.

Dormia três horas por dia, pois tinha dois empregos e ainda estudava à noite. Berta, que não conhecia ninguém, passava os dias em casa, esperando-o com o jantar.

Sua sorte começou a mudar quando ingressou em administração na USP: o patrão dobrou o salário de Jaime após a notícia. Ao comprar a primeira geladeira, a felicidade era tamanha que o espanhol nem sabia dizer quantas vezes a abriu e fechou.

Era conhecido por seu empenho em superar as dificuldades e pela preocupação com as causas sociais. Foi às ruas protestar, tanto no Brasil quanto na Espanha.

Viveu 50 anos em São Paulo, mas sempre pensou em voltar para Vigo, onde havia deixado toda a família. Após se aposentar, tentou a vida no interior paulista, mas ficou apenas um mês em Bauru.

Em 2006, após perceber o avanço da doença da mulher, que sofria de alzheimer, e de ser vítima de um assalto dentro de casa, decidiu retornar para a sua terra natal.

Viúvo desde 2 de agosto, morreu na terça (17), aos 80 anos, de câncer no pâncreas. Deixa dois filhos e três netos.


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