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Após 55 horas, fumaça tóxica é controlada em Santa Catarina
Com o retorno de moradores, Defesa Civil orienta descarte de alimentos e limpeza de caixas d'água
Prefeitura, porém, nega que haja contaminação na rede de água; um bombeiro continua em estado grave
Após 55 horas de trabalho, foi controlada na manhã de ontem a nuvem de gases tóxicos que tomou conta de São Francisco do Sul (litoral norte de Santa Catarina) e forçou uma fuga em massa da cidade no acidente que começou na noite de terça-feira.
No fim da manhã, já não havia fumaça. Apenas o "rescaldo" da combustão (uma reação química, sem chamas), ocorrida num depósito de fertilizantes próximo ao porto, estava sendo combatido pelos bombeiros.
A nuvem, que contém componentes tóxicos e provoca irritação na pele e em vias respiratórias, forçou a retirada da população de 13 bairros da cidade e chegou, anteontem, ao litoral de São Paulo e do Rio de Janeiro, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).
Nesses locais, porém, a fumaça chegou sem força para representar perigo.
Desde o início da combustão, milhares de pessoas saíram de São Francisco do Sul, com medo de intoxicação, e foram a municípios vizinhos. A estimativa da prefeitura é que cerca de 20% da população tenha deixado a cidade --por volta 9.000 pessoas.
RETORNO
Com o controle do incêndio, os moradores começaram a voltar. A Defesa Civil orientou a população a descartar alimentos expostos e a abrir toda a casa, para ventilar os ambientes. Caixas d'água que ficaram destampadas devem ser limpas e a água, inutilizada.
Segundo a prefeitura, porém, não há risco de contaminação na rede de água.
Cerca de 240 pessoas foram hospitalizadas sem gravidade com reações à fumaça, segundo o hospital municipal.
David Marcelino, um bombeiro de 59 anos, porém, permanece internado em estado grave no Hospital Regional de Joinville (SC), com os pulmões comprometidos e respirando com auxílio de aparelhos. Ele teve contato com uma lufada intensa enquanto combatia a combustão.
Ainda não se sabe a causa da combustão. Peritos do Ibama e do governo de Santa Catarina começaram a avaliar a situação e devem produzir um laudo nos próximos dias.