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Projeto para construir aeroporto perto de represa em SP é criticado

Ambientalistas temem descaracterização da região da Guarapiranga, na zona sul da capital

Aeródromo planejado em área de mananciais terá movimentação de mil pessoas por dia; prefeitura vetou ideia

EDUARDO GERAQUE DE SÃO PAULO

O projeto de um aeroporto de pequeno porte para aviões executivos, ao lado da represa de Guarapiranga, que abastece com sua água um terço dos paulistanos, tem colecionado inimigos.

A prefeitura deu um parecer inicial contrário, por problemas, segundo ela, com leis de uso e ocupação do solo.

Ambientalistas da zona sul da capital, que brigam pela defesa da represa, criaram o movimento "Aeroporto de Parelheiros Não!".

A ONG SOS Mata Atlântica também não aprova proposta de construção.

Apesar disso, os obstáculos não têm tirado o ânimo da dupla de empreendedores, formada por André Skaf (filho do presidente da Fiesp, Paulo Skaf) e Fernando Augusto Camargo de Arruda Botelho (da família que controla a Camargo Corrêa).

O aeródromo, segundo Skaf, não tem o impacto que muitos imaginam.

Serão 156 mil pousos e decolagens por ano. Uma movimentação diária, diz ele, de mil pessoas. "O projeto vai mais preservar a área do que causar impactos negativos", disse Skaf à Folha.

Segundo o empreendedor, as nascentes do terreno, seis no total, serão todas preservadas. E dos quase quatro milhões de metros quadrados da área, 80% será recuperada, por um programa de recomposição da flora local.

"O nosso terreno é totalmente de eucaliptos. Não existe mata atlântica lá."

Apesar de conhecerem a legislação ambiental brasileira, que dificulta a construção em área de proteção aos mananciais, Skaf e Botelho são enfáticos. "Não estamos fazendo nenhuma ilegalidade. Temos todo o respaldo legal.

Do ponto de vista prático, para a ideia continuar no ar, o primeiro passo é derrubar o veto inicial da prefeitura.

Só com a mudança no parecer municipal é que o governo do Estado poderá avaliar os estudos de impacto ambiental apresentados pelo donos do projeto.

O terceiro aval, que cabe ao governo federal, está resolvido. A zona sul de São Paulo tem espaço na malha aérea metropolitana para receber o pequeno aeroporto.

Os contrários ao projeto levantam muitas questões. Uma das preocupações é o impacto das aeronaves sobre a fauna local, uma vez que estudos científicos mostram que a Guarapiranga é uma rota de migração de aves.

Existe ainda uma questão mais sistêmica em debate, relacionada ao planejamento da região metropolitana.

"O problema de um projeto como esse é ele ser uma âncora para um desenvolvimento indesejado na região", afirma Nabil Bonduki, vereador pelo PT.

Posição semelhante tem os técnicos da SOS Mata Atlântica. Eles cobram uma análise sistêmica do aeroporto.

Outro debate importante é de como será o acesso ao aeroporto de Parelheiros.

Os empreendedores dizem que desistiram da proposta de ter uma ligação exclusiva ao vizinho Rodoanel Sul.

"A maioria vai até lá de helicóptero", diz Skaff.


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