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Diferença de renda entre sexos aumenta

Segundo a Pnad, mulheres ganhavam 73,7% da remuneração dos homens em 2011; em 2012, valor caiu para 72,9%

Ganho de ricos sobe mais que o de pobres; analistas apontam falhas no modelo de transferência de renda

MARIANA SALLOWICZ PEDRO SOARES DO RIO

Após quase uma década de melhora da distribuição de renda, a redução da desigualdade no país estagnou no ano passado e a distância da remuneração entre homens e mulheres aumentou.

O motivo para esse cenário na igualdade é que o rendimento dos mais ricos subiu num ritmo mais acelerado do que o dos mais pobres.

O retrato da Pnad evidencia, segundo analistas, o esgotamento do modelo de transferência de renda às famílias na base da pirâmide como forma reduzir a desigualdade, especialmente com o baixo crescimento econômico a partir de 2011.

O dado que sintetiza a maior concentração é o fato de a renda da faixa dos 1% mais ricos ter crescido 10,8%, numa velocidade superior à média (5,8%) e à dos 10% mais pobres (6,4%). O movimento foi mais marcante no Nordeste e no Sudeste.

Quem está no topo abocanhou 12,5% de toda a renda vinda do trabalho em 2012. Já os mais pobres, apenas 1,4%.

Sinal também de piora da desigualdade, a diferença entre o rendimento de homens e mulheres cresceu, apesar da maior inserção delas no mercado de trabalho. Elas ganhavam 73,7% da remuneração masculina em 2011. Passaram a ganhar 72,9%.

MAIS DESIGUALDADE

Para Márcio Salvato, professor do Ibmec, os resultados "deixam claro" que o crescimento da economia é "muito mais importante para incluir pessoas no mercado de trabalho" do que programas como o Bolsa Família --que têm relevância, mas promovem menor ascensão às classes médias do que o aumento do PIB e do emprego.

Sônia Rocha, economista do Iets (Instituto de Estudos do Trabalho e Rendimento), diz que a "pior notícia e a maior novidade" da Pnad é o crescimento da renda dos mais ricos, que pode ter acontecido pela restrição da oferta de profissionais qualificados.

Ela diz que com a freada do rendimento e menor ritmo de emprego a desigualdade pode piorar neste ano.

Outro indicador medido, o índice de Gini do rendimento do trabalho, ficou estável: era 0,501 em 2011 e ficou em 0,498 em 2012. Quanto mais perto de zero, melhor é a distribuição de renda.

Para Maria Lúcia Vieira, gerente do IBGE, essa variação "aponta uma estabilidade do ponto de vista estatístico", apesar da pequena redução apresentada. Os demais indicadores, diz, confirmam a tendência da estabilização da queda da desigualdade.


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