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Classe média é a que perde mais tempo para ir ao trabalho

Mais pobres e os mais ricos são os grupos com menor tempo de deslocamento, apontam números da Pnad analisados por instituto

DIMMI AMORA DE BRASÍLIA

A classe média, que comprou veículos com a melhoria da renda, está enfrentando mais engarrafamentos. E os trabalhadores muito pobres e os muito ricos são os que gastam menos tempo no deslocamento casa-trabalho.

É o que aponta pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada) com base em dados de 2012 da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio).

Segundo o estudo, a faixa de renda onde há a maior proporção de trabalhadores que gastam mais de 30 minutos até o trabalho é a de um a dois salários mínimos por pessoa. A parcela é de 57%.

Na faixa anterior, de meio a um salário mínimo, 55% levam esse tempo.

"A nova classe média é que está tendo impacto no tempo de viagem", afirma Carlos Henrique de Carvalho, um dos autores da pesquisa.

No caso dos que ganham menos de 1/4 de salário mínimo por pessoa no domicílio, 58% gastam menos de 30 minutos nesse deslocamento. Esse percentual é semelhante aos que ganham mais de 5 salários mínimos (56%).

A explicação é que os muito ricos podem morar perto do trabalho e, por isso, gastam pouco tempo nesse trajeto. Já para os muito pobres, o indicador é sinal de "imobilidade" --ficam restritos a trabalhos apenas muito próximos de suas residências.

Pelos dados, os muito pobres são os que menos têm acesso ao vale transporte (só 12% recebem) contra a média de 40% no país. "Quem mais precisa é quem menos recebe", afirma Carvalho.

MAIS CARROS

A pesquisa aponta ainda que o tempo de deslocamento casa-trabalho nas regiões metropolitanas do país aumentou em 12% entre 1992 e 2012. O tempo médio saiu de 36,4 minutos para 40,8.

As hipóteses da pesquisa são duas: as regiões metropolitanas podem ter ficado mais espalhadas, aumentando o tempo necessário ao deslocamento, e houve um aumento do número de famílias com veículos, o que agravou os engarrafamentos.

Esse aumento de número de veículos foi registrado principalmente entre as famílias mais pobres e no Norte/Nordeste do país.

Pela primeira vez, mais de 54% das famílias têm algum veículo em casa.

"É o sonho de toda família ter uma casa própria e um carrinho na garagem, como o próprio presidente Lula falava que era o sonho dele", afirmou Carvalho.

Para ele, serão necessários grandes investimentos em mobilidade urbana em cidades que têm baixa capacidade fazer obra.

Nas famílias mais pobres (até 1/4 de salário mínimo por pessoa), o percentual de casas com veículos chegou a 28% em 2012 --na pesquisa de 2008, eram 16%.

Já nas famílias com mais de cinco salários mínimos de renda, o percentual é de 88% e cresceu só dois pontos percentuais nesse período.

Nas regiões de metropolitanas de São Paulo e Rio, um quarto das pessoas leva mais de uma hora até o trabalho.


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