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Ilustrada - em cima da hora/SPFW
Grifes fazem de tudo para atender o gosto masculino
Com roupa confortável que valoriza ombros e tronco, João Pimenta traduziu vontade fashion do homem
Com tons de terra e tecidos confortáveis, coleção da Ellus foi outro destaque do terceiro dia da semana
Se os homens gostam de usar cores discretas, é isso que eles deverão ver nas vitrines do inverno. Ontem, terceiro dia da São Paulo Fashion Week, o gosto masculino dominou as passarelas.
O estilista João Pimenta foi quem melhor traduziu esse desejo: aplicou seu estudo antropométrico em looks trabalhados com tecidos artesanais e proporções que valorizam tronco e ombros.
O designer se inspirou nos homens do sul do país, que enfrentam clima subtropical. O resultado é um sem-fim de blazers, parkas e calças com a modelagem solta do corpo.
Nada de caricatura. Assim como na temporada passada, ele mesclou seu tino criativo com exigências do mercado. Ou seja, a silhueta "slim" e as cores escuras que os homens tanto gostam tiveram espaço.
A coleção masculina da Ellus foi outro destaque do dia.
A grife de "jeanswear" até colocou a modelo Carol Trentini para desfilar seus looks femininos trabalhados nas pedrarias e no couro, mas foram as roupas para homens que saltaram da passarela.
A construção do estilista Rodolfo Souza, que ao lado da diretora criativa Adriana Bozon toca o estilo da marca, ficou evidente nas jaquetas com insígnias de ideogramas e detalhes de ovelha.
A partir da imagem dos homens que se aventuram nas montanhas e dos samurais, Souza pescou tons terrosos e outros mais escuros, criando uma imagem confortável que agrada os clientes da grife.
O jeans, carro-chefe do grupo, agora chama-se "aged leather", tecido com aparência de couro envelhecido, desenvolvido pela grife.
ROQUEIRO DE POCHETE
O jeans também imperou no desfile da Triton, que escorregou na tentativa de produzir um roqueiro comportado, que gosta de alfaiataria e passeia pelos festivais de pochetes na cintura.
O estilista Igor de Barros, ex-Cavalera e parceiro de Karen Fuke na grife do grupo AMC Têxtil, é um nome forte da moda masculina "street" e está acostumado a reler de forma sutil as coleções internacionais a pedido dos chefes do conglomerado.
Neste inverno 2014, o étnico do masculino da Givenchy e seus guerreiros africanos apareciam nas estampas dos casacos, trabalhados em materiais como couro.
Aquecido no Brasil, o mercado masculino parece ser uma tentativa das grifes para superar a vasta quantidade de opções para mulheres --e também a falta de grandes novidades para elas.