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Mãe depõe e diz que padrasto via Joaquim como 'empecilho'

Natália Mingoni Ponte disse ter sido ameaçada de morte pelo marido, Guilherme Raymo Longo

Casal teve a prisão temporária decretada no domingo, dia em que corpo do menino foi encontrado em rio

DE RIBEIRÃO PRETO DA ENVIADA A SÃO JOAQUIM DA BARRA

A psicóloga Natália Mingoni Ponte, 29 --mãe do menino Joaquim Ponte Marques, 3, cujo corpo foi encontrado anteontem no rio Pardo, em Barretos--, disse ter sido ameaçada pelo padrasto da criança.

A declaração foi feita em depoimento à Polícia Civil de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) no domingo à noite, segundo o promotor Marcus Tulio Alves Nicolino.

Segundo ela, o técnico em informática Guilherme Raymo Longo, 28, a ameaçou de morte quando ela pediu a separação após descobrir que ele tinha voltado a usar drogas.

Pelo mesmo motivo, Longo teria ameaçado jogar o filho do casal, um bebê de quatro meses, contra a parede.

Também segundo o promotor, no dia em que o corpo de Joaquim foi encontrado, ela afirmou que o menino era visto como "empecilho" pelo padrasto.

Antes, ela dizia que tinha um bom relacionamento com o marido e que Longo se dava bem com o seu filho.

O casal se conheceu em uma clínica de recuperação em Ipuã, onde Longo se tratava e Natália trabalhava.

No dia do desaparecimento do menino, há uma semana, Longo afirmou à polícia que saiu de madrugada para comprar drogas, mas voltou cerca de 15 minutos depois porque não encontrou o que procurava.

"Provavelmente a mãe se sentia intimidada pelo marido. Ela viu o corpo do filho e agora, mais segura, talvez decida fornecer mais informações", afirmou o promotor.

Segundo Nicolino, Longo culpava Joaquim pelos desentendimentos com a mulher. O garoto teria muita liberdade em casa, situação que não agradava o padrasto.

Três dias antes do desaparecimento do menino, o casal teve uma briga e Longo teria ameaçado se matar.

"[Longo] Disse que Natália, assim, ficaria com um pedaço do filho dele e um pedaço do filho do outro", afirmou o promotor, referindo-se ao pai do menino, o promotor de eventos Artur Paes.

A mãe e o padrasto tiveram a prisão temporária decretada no domingo. Segundo a polícia, os dois são os principais suspeitos pela morte. Eles negam participação.

O advogado de Longo, Antônio Carlos de Oliveira, disse que não poderia comentar as afirmações de Natália porque não teve acesso aos depoimentos. Também disse que deverá pedir a revogação da prisão temporária de Longo hoje.

Já o advogado de Natália, Cássio Alberto Gomes Ferreira, deixou ontem o caso alegando parentesco e relação próxima e de afetividade com a mãe e o menino.

DESCONHECIMENTO

O avô materno de Joaquim, Vicente Ponte, disse à Folha durante o velório do neto, ontem, em São Joaquim da Barra, que, se soubesse que o genro usava drogas, teria levado a criança para morar com ele e a avó.

"Não sabia que ele usava drogas nem como era o relacionamento deles", disse Ponte. Ontem, a mãe do menino prestou novo depoimento cujo conteúdo não foi revelado.


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