Folha de S.Paulo

Jovens do PR levam duas categorias no Empreendedor Social

DE SÃO PAULO

Três paranaenses, responsáveis por criar uma organização que auxilia a gestão de escolas especiais, foram duplamente vencedores no Empreendedor Social. Além de levarem o prêmio para jovens empreendedores, o trio conquistou também o troféu Escolha do Leitor, categoria em que os internautas votam no projeto preferido entre todos os finalistas.

Os fundadores da Asid (Ação Social para Igualdade das Diferenças) --o administrador de empresas Alexandre Amorim, 24, e os economistas Luiz Ribas, 24, e Diego Moreira, 24-- foram escolhidos por 38% dos 19.075 votantes, a partir de vídeos exibidos por um mês no site da Folha e no UOL.

Em segundo lugar, ficou Merula Steagall, presidente da Abrale (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia) e da Abrasta (Associação Brasileira de Talassemia), com 19%. A diretora-presidente da Arte Despertar, Regina Vidigal Guarita, conquistou a terceira posição, com 16%.

Os vencedores foram anunciados anteontem à noite, durante evento no Masp. A cerimônia foi exibida ao vivo pela Folha e pelo UOL, com versão em Libras e audiodescrição, para pessoas com deficiência visual ou auditiva.

Diego contou que a Asid recorreu às redes sociais para angariar votos. Também investiu em cartazes e na mobilização de 8.000 pessoas. "É a ideia de rede, que a gente usou muito bem."

Sobre os finalistas da categoria Futuro --Alessandra Orofino e Miguel Lago, do Meu Rio, e Tony Marlon, do Instituto Escola de Notícias--, o economista avaliou: "O pessoal é fantástico. As iniciativas são de gente grande".

Para Ricardo Siqueira Campos, diretor da Fundação Dom Cabral, os líderes sociais "são importantes porque, ao promoverem o desenvolvimento sustentável, beneficiam não só os atendidos como toda a comunidade".

SÓ ELAS

Numa final só com mulheres, a ganhadora do Prêmio Empreendedor Social 2013, Merula Steagall, afirmou que "a área da saúde recebeu o destaque que merecia".

"[O prêmio] vai aumentar nossa responsabilidade", avaliou. "Com certeza, será um momento de reflexão, de revisão, de planejar como podemos nos aperfeiçoar e de criar registros das necessidades de pacientes."

Além dela, foram finalistas a advogada Alice Freitas, da Asta, a arte-educadora Regina Vidigal Guarita, da Arte Despertar, e Sylvia Guimarães, da Vaga Lume.

Uma final só com mulheres é uma tendência aqui e em outros países, analisou Kenneth Turner, gerente sênior para América Latina e África da Fundação Schwab, que promove iniciativas semelhantes em 61 países. "Neste ano, na Índia, aconteceu o mesmo."

"[O empreendedorismo social feminino] é uma promessa. As mulheres costumam ser muito bem-sucedidas como empreendedoras. No lado social, imagino que tenham potencial ainda maior", destacou Maria Cristina Frias, colunista da Folha e jurada do prêmio.

A plateia de 400 pessoas assistiu à entrega da Menção Honrosa ao economista José Dias, do CEPFS (Centro de Educação Popular e Formação Social), pelo projeto "Promovendo o Acesso à Água, Solidariedade e Cidadania".

A categoria, oferecida pela Folha e pela Fundação Humanitare, homenageia o projeto mais alinhado a temas selecionados pela Assembleia Geral da ONU (Organizações das Nações Unidas) para serem discutidos no ano --2013 é o Ano Internacional de Cooperação pela Água.

A abertura do evento ficou a cargo de jovens do Projeto Guri, de formação musical da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo.