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Haddad quer empregar viciados em parques de SP
Prefeitura estuda criar 400 vagas de trabalho para moradores de rua
Ação tem o objetivo de acabar com 'favela' surgida este ano em rua da cracolândia, no centro de São Paulo
A gestão Fernando Haddad (PT) estuda criar vagas de trabalho para empregar usuários de drogas da região da cracolândia em serviços de zeladoria para a prefeitura, como o cuidado de parques e outras áreas públicas.
O projeto deve ser criado por decreto, mas ainda está em fase de análise da viabilidade jurídica e financeira.
A ideia é abrir cerca de 400 vagas temporárias.
O valor e a forma de remuneração ainda estão sendo definidos pela administração. Está em análise se o pagamento será feito em dinheiro ou por meio de um cartão.
Também estão sendo definidos os critérios de admissão no programa. A gestão pretende criar mecanismos para acompanhamento dos selecionados e formas de encaminhá-los a emprego fixo.
O público alvo do projeto são todos os moradores de rua da cracolândia, muitos deles usuários de drogas.
Mas a iniciativa é sobretudo uma tentativa de desmontar uma "favelinha" surgida há alguns meses na alameda Dino Bueno com a rua Helvétia, na calçada do terreno da antiga rodoviária.
O imóvel foi demolido há alguns anos para dar lugar a um centro cultural do Estado, mas o projeto está atrasado. Há alguns meses, moradores de invasões que foram demolidas, catadores de papelão e até moradores de outras favelas começaram a montar barracos escorados no alambrado do terreno.
A "frente de trabalho", como o projeto é chamado, é uma tentativa de convencer os moradores a deixar o local. A ação será articulada com oferta de vagas de internação para viciados, auxílio aluguel e reforço na limpeza, para evitar a construção de novos barracos.
A expectativa da prefeitura é concluir o projeto até o fim do ano, mas não foi fixado um prazo para o início do recrutamento e da seleção dos interessados.
A iniciativa ocorre no momento em que o governo estadual reforça as ações de saúde na cracolândia.
Desde a semana passada, um micro-ônibus do Programa Recomeço está estacionado na rua Helvétia. Agentes estão recolhendo e levando para tratamento em clínicas cerca de dez usuários de drogas por dia, em média.
Também está previsto que mais 70 agentes de saúde do governo estadual comecem a atuar por lá nesta semana.
A área da saúde será um dos principais temas da campanha eleitoral de 2014, que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) deve disputar com o ministro Alexandre Padilha (Saúde), do PT de Haddad.
Com as ações, a intenção dos dois partidos é evitar as críticas de que não atuam para tentar resolver a epidemia do crack.