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Sem 'beijaço', festa em Copacabana tem tiroteio e furtos
Troca de tiros a um quarteirão da praia começou depois de homem desarmar policial; 12 pessoas ficaram feridas no incidente
Sem o "beijaço" prometido pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB) e com um tiroteio que deixou 12 feridos nos arredores da praia, cerca de 2 milhões de pessoas comemoraram a chegada de 2014 em Copacabana, no Rio.
Segundo a prefeitura, responsável pela estimativa de público, não houve maiores incidentes na areia. Vários turistas, no entanto, procuraram a delegacia do bairro ontem para registrar furtos.
Pouco antes da virada, a um quarteirão da festa, houve uma troca de tiros entre a PM e um homem. O incidente aconteceu depois que Adilson Rufino da Silva, 34, tentou estrangular a mulher, Rosilene de Azevedo, 37.
Policiais atenderam aos gritos dela, mas Silva teria conseguido desarmar um deles e, segundo a PM, disparou contra o tenente-coronel Ronald Santana. Oito policiais reagiram e houve um tiroteio.
Além de Silva, que teria levado sete tiros, e do tenente-coronel, também ficaram feridos um PM, um guarda-municipal e outras oito pessoas.
Até a tarde de ontem, permaneciam internados uma menina de 7 anos, que sofreu fraturas, um PM e Silva. O estado de saúde dele era estável.
Ele está sob escolta no hospital e foi autuado por tentativa de homicídio e violência contra a mulher. Investigadores da 12ª DP (Copacabana) informaram que os policiais envolvidos na ação prestaram depoimento e que as armas foram encaminhadas à perícia.
FESTA
Na praia, a queima de fogos durou 16 minutos e pôde ser vista graças a trégua da chuva. Apesar dos apelos do apresentador Otaviano Costa ("Beija, gente!"), o esperado "beijaço" não aconteceu.
Na volta para a casa, o público enfrentou filas, que dobravam o quarteirão nas três estações do metrô no bairro por volta das 2h30.
Ontem, diversos turistas procuraram a 12ª DP para registrar queixas de furtos e procurar documentos perdidos. Muitos diziam ter sido atacados por grupos de ladrões e reclamavam da desorganização na delegacia.
Os convidados da prefeitura e de cinco patrocinadores tiveram mais sorte: ficaram numa área VIP montada na areia, com capacidade para cerca de 2.000 pessoas.
Ali foram servidos risoto de gorgonzola com nozes e massa com camarão, champanhe e outras bebidas. O prefeito ficou com a família e amigos em área reservada.
Procurada, a assessoria da prefeitura disse que o espaço foi bancado pelos patrocinadores, mas não quis informar por que a área foi fechada ao público, já que os "cercadinhos" estavam proibidos na orla, nem quantos VIPs foram convidados.
Para animar VIPs e não VIPs, a Prefeitura do Rio contratou, entre outros artistas, Carlinhos Brown e Lulu Santos. Cada um recebeu cachê de R$ 550 mil para se apresentarem no palco principal. Nando Reis recebeu R$ 180 mil e Beth Carvalho, R$ 160 mil.