Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Valdete da Silva Cordeiro (1938-2014)

Fundadora do Meninas de Sinhá

ANDRESSA TAFFAREL DE SÃO PAULO

Valdete da Silva Cordeiro não se conformava em ver tantas senhoras deixando o posto de saúde ao lado de sua casa, no bairro Alto Vera Cruz, em Belo Horizonte, com uma sacola cheia de remédios.

Certo dia, resolveu chamar algumas delas para bater um papo, falar sobre a vida.

As convidadas começaram a gostar dos encontros, que logo ganhou aulas para fazer tapetes, bonecas de pano e fuxicos. Depois, cantigas de roda, para relembrar a infância. Nascia aí o Grupo Cultural Meninas de Sinhá, que agora, após a morte da fundadora, conta com 32 integrantes, entre 52 e 94 anos.

Dona Valdete incentivava que as companheiras cortassem medicação. Uma vez, ao ouvir uma delas dizer que não estava dormindo bem e iria ao médico pedir um remédio, foi rápida no conselho: "Coloque uma folha de alface embaixo do travesseiro".

No outro dia, nem ela acreditava que a "simpatia" inventada na hora tinha surtido efeito --e corroborado sua teoria de que o problema está na cabeça das pessoas.

Baiana de Barra, ela chegou à capital mineira aos cinco anos com uma "madrinha". Na verdade, cresceu trabalhando para a família.

Valdete não conheceu os pais e não tinha sobrenome nem documentos até os 16. Foi registrada quando um político a levou para tirar o título de eleitor. Escolheu Da Silva para completar o nome e 7 de setembro para a data de nascimento, pois gostava dos desfiles da Independência.

Morreu na terça-feira (14), aos 75, após uma cirurgia. Deixa Daniel, seu companheiro por 50 anos, quatro filhos, 18 netos e seis bisnetos.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página