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Éolo Wanis de Paiva Pereira (1973-2014)
Contrariou a previsão dos médicos
ANDRESSA TAFFAREL DE SÃO PAULOEm setembro de 1994, ao ser diagnosticado com câncer, Éolo recebeu um prognóstico nada animador: não mais que três meses de vida.
Mas, contrariando a expectativa dos médicos, ele enfrentou quase um ano e meio de quimioterapia e a faculdade de odontologia na Universidade Federal de Goiás, pela qual se formou em 1996.
Sereno e bem-humorado, fazia questão de seguir a vida como antes, principalmente após controlar a doença. Trabalhava e viajava muito, seu hobby preferido. Visitou outros países e conheceu o Brasil de Norte a Sul, principalmente o litoral. Era apaixonado por praia.
Quando os pacientes não podiam pagar, não cobrava pela consulta ou dava um jeito de conseguir algum a tratamento gratuito para eles.
Em 2006, o câncer voltou mais agressivo, mas Éolo não deixou de fazer as coisas de que gostava, mesmo entre as sessões de quimioterapia e as dez cirurgias a que foi submetido -perdeu parte do fígado, um pulmão e os testículos.
Certa vez, quando a sobrinha de quatro anos lhe pediu que não a buscasse mais na escola, por causa das brincadeiras dos colegas sobre a calvície do tio, Éolo respondeu: "Mas sou o careca mais lindo do mundo!".
Estava com passagens compradas para Londres, para onde viajaria com a mulher, Fernanda, no dia 5 de dezembro. Seu estado de saúde, porém se agravou: a metástase havia se espalhado por muitas partes do corpo.
Morreu na sexta-feira (17), aos 40. Deixa a viúva, os pais, a irmã, de quem era muito próximo, e dois sobrinhos.