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Promotoria abre inquérito para apurar ação policial na cracolândia

'Foi muito nebulosa', diz promotor, sobre operação que resultou em confronto com viciados

Secretário da Segurança defende ação do Denarc e afirma que policiais continuarão a prender traficantes na região

REYNALDO TUROLLO JR. FERNANDA PEREIRA NEVES DE SÃO PAULO

O Ministério Público instaurou inquérito para apurar possíveis excessos na ação da Polícia Civil que resultou em confronto com viciados na cracolândia (região central).

Segundo o Denarc (departamento de narcóticos), responsável pela operação, policiais que visavam prender um traficante foram repelidos por usuários de droga com pedras e pedaços de pau. Após a chegada de reforço, eles reagiram, diz a polícia.

"Foi uma ação muito diferente de tudo que já vi do Denarc, fechando ruas e atirando bombas. Foi uma ação muito nebulosa, esquisita, estranha", disse o promotor Arthur Pinto Filho.

A operação policial causou uma crise política entre a prefeitura, que promove na região um programa para recuperar os viciados sem o uso de repressão, e o Estado.

Os viciados dizem que, além de bombas de efeito moral, aos policiais usaram balas de borracha; o governo nega.

Ontem, secretário da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, defendeu a ação do Denarc. Ele disse que as operações na cracolândia são comuns e que policiais civis vão continuar a prender traficantes na região.

"Foi mais uma operação. Só que houve esse incidente, da reação dos usuários, e foi preciso empregar um reforço para que as prisões dos outros traficantes pudessem acontecer", afirmou.

De acordo com o Denarc, de 1º de dezembro a 23 de janeiro, foram presas 89 pessoas na cracolândia.

Grella diz que as operações no região se tornaram quase cotidianas depois que a delegada Elaine Biasoli assumiu o Denarc, em novembro.

Ontem, o assessor do governo Edson Ortega, que atua na cracolândia, disse que as ações da Polícia Civil continuarão ali, "mas, se houver a possibilidade de confronto, a operação não deve ser feita".

A declaração causou mal-estar com a secretaria, pois teria soado como uma admissão de que houve excessos. Além disso, o entendimento é de que somente Grella poderia fazer essa avaliação.


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