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Tragédia da Kiss completa um ano com homenagens em Santa Maria
Vigília em frente a boate e toques de sirenes durante a madrugada marcaram a data na cidade
Incêndio causou 242 mortes; cerca de 600 pessoas participaram ontem de manifestação em frente à boate
Moradores de Santa Maria (RS) promoveram uma série de homenagens às 242 vítimas do incêndio da boate Kiss, que ontem completou um ano. Os atos começaram durante a madrugada.
A primeira das atividades foi uma vigília em frente ao local da tragédia, com cerca de 600 pessoas, de acordo com a Brigada Militar.
Às 3h, horário em que incêndio começou no ano passado, houve toque geral de sirenes para acordar os demais moradores e lembrá-los do aniversário da tragédia.
Emocionadas, duas pessoas passaram mal e tiverem que ser levadas para o hospital, enquanto cerca de outras 20 receberam atendimento psicossocial durante o ato.
Ainda durante a celebração, participantes usaram tinta branca para desenhar no asfalto silhuetas em referência aos mortos no incêndio, que começou na casa noturna após o integrante de uma banda usar um artefato pirotécnico no palco.
As chamas atingiram uma espuma fixada no teto, que liberou a fumaça tóxica.
ORGANIZAÇÃO
Para Flávio Silva, organizador da ação e presidente do Movimento Santa Maria do Luto à Luta, "não é fácil a gente tomar essa atitude, mas é necessário para chamar a atenção das autoridades para que haja justiça".
Entre os participantes estava Paulo Carvalho, 63, pai de Rafael Carvalho, 32, uma das vítimas do incêndio. "Se a justiça fosse feita com propriedade, o alívio dos pais seria muito grande", disse.
Os quatro réus que respondem por homicídio (dois sócios da casa noturna e dois integrantes da banda) aguardam julgamento em liberdade desde maio do ano passado.