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Carnaval 2014

Foliões disputam espaço com lixo no Rio

Prefeitura anuncia 300 demissões após garis recusarem acordo; grevistas fecharam av. Vieira Souto, em Ipanema

Em Marechal Hermes, periferia, moradores colocaram fogo em sacos de detritos acumulados nas ruas

BRUNO CALIXTO BRUNA FANTTI DO RIO

Com os garis em greve durante todo o Carnaval, os foliões foram obrigados a conviver com pilhas de lixo espalhadas pelas ruas do Rio de Janeiro para tentar aproveitar o último dia da festa.

Ontem, as ruas estavam com ainda mais sujeira acumulada depois de os grevistas não aceitarem o acordo fechado entre a prefeitura e o sindicato da categoria no final da tarde de segunda.

O presidente da Comlurb (companhia de limpeza urbana do Rio), Vinícius Roriz, anunciou a demissão de 300 funcionários que deveriam ter voltado ao trabalho no turno da noite de segunda.

Na tarde de ontem, os garis fecharam a avenida Vieira Souto, em Ipanema, para protestar. Em frente a cada hotel da orla, o grupo parava e gritava palavras de ordem contra os diretores da Comlurb e o prefeito do Rio, Eduardo Paes.

De manhã, os grevistas iniciaram um protesto na Central do Brasil e seguiram para a frente da prefeitura.

Policiais do Batalhão de Choque da PM formaram um cordão de isolamento para impedir que os grevistas se aproximassem da entrada principal do prédio.

PASSARELA DO LIXO

Com a paralisação, que teve início na noite de sexta, a sujeira tomou conta das principais ruas envolvidas no Carnaval. Em Marechal Hermes, subúrbio do Rio, moradores colocaram fogo em sacos de lixo acumulados.

"É horrível ter que conviver com esse lixo todo, ainda mais pelo mau cheiro", disse a universitária Andressa Vila Real, 20, bebendo cerveja com amigos na Lapa antes de seguir para o aterro do Flamengo, um dos palcos mais concorridos do Carnaval.

Nas duas regiões, foliões disputavam espaço com pilhas de sacos e centenas de latas e garrafas. "Está inundado de lixo, nunca vi tanto assim", afirma o arquiteto uruguaio Diego Lourenço, 33.

"Mas este não é um problema só por falta de iniciativas do governo. Nós também não contribuímos para deixar a cidade mais limpa", acrescentou Lourenço, radicado no Rio desde 2010.

ACORDO

Um acordo firmado entre a Comlurb e o sindicato da categoria estabeleceu um reajuste de 9% para os 15 mil garis da cidade.

O reajuste elevará o piso dos garis para R$ 874,79. Com o aumento e mais 40% do adicional de insalubridade, o salário inicial de um gari no Rio irá, segundo a Comlurb, para R$ 1.224,70.

Os grevistas, no entanto, não reconhecem a legitimidade do sindicato na negociação. Segundo Célio Vianna, um dos líderes do movimento, 70% dos garis cruzaram os braços.

"Nós entendemos como chantagem esse movimento realizado justamente neste período", disse o presidente da Comlurb.


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