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Ilustrada - em cima da hora

Paulo Goulart morre aos 81 em São Paulo

Presença marcante na TV e no teatro desde os anos 1950, ator estava hospitalizado em decorrência de câncer renal

Enterro ocorre na tarde de hoje, no cemitério da Consolação; artista começou a trabalhar em rádio na adolescência

CAMILA APPEL COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"A vida é bela, e ela passa rápido." A atriz Beth Goulart conta que esta foi uma das últimas frases que ouviu de seu pai, o ator Paulo Goulart. Ele morreu na tarde de ontem, aos 81, no hospital São José, em São Paulo, por causa de complicações decorrentes de um câncer renal avançado.

Segundo familiares, o corpo de Goulart seria velado a partir das 23h30 de ontem no Theatro Municipal de São Paulo. O enterro está marcado para hoje, às 14h30, no cemitério da Consolação.

Colegas, amigos e políticos, como a ministra da Cultura, Marta Suplicy, e a presidente Dilma Rousseff, lamentaram a morte.

Presença marcante na teledramaturgia brasileira, o ator participou, nos anos 1950, da modernização do teatro brasileiro. Fez parte da geração de artistas que, influenciados por diretores europeus, atuou no Teatro Brasileiro de Comédia.

Com sua mulher, a atriz Nicette Bruno, com quem foi casado por 60 anos, teve três filhos: Beth Goulart, 53, Bárbara Bruno, 57, e Paulo Goulart Filho, 49. Todos eles seguiram os passos do casal, formando uma família de artistas. Três dos sete netos também foram para os palcos.

RÁDIO

Paulo Afonso Miessa --esse era seu nome de batismo-- nasceu em 9 de janeiro de 1933, em uma fazenda na região de Ribeirão Preto, no interior paulista. O sobrenome artístico, Goulart, foi tomado emprestado de um tio, o radialista Airton Goulart.

Ainda adolescente, mudou-se para outra cidade do interior de São Paulo, Olímpia (438 km da capital). Ali, seu pai fundou uma rádio, onde aos 13 anos Goulart trabalhou como operador de som e locutor.

Em 1951, ele foi contratado pela Rádio Tupi, onde atuou ao lado de nomes como Cassiano Gabus Mendes e Hebe Camargo.

No teatro, Goulart estreou em companhia de Nicette Bruno, na peça "Senhorita Minha Mãe" (1952), de Louis Verneuil. Ela já era uma atriz conhecida na época.

No ano seguinte, os dois estiveram no elenco de "Week-end" (1953), o primeiro espetáculo dirigido por Antunes Filho.

Em 1967, Paulo e Nicette formaram o Teatro Livre, companhia que tinha como um de seus integrantes o ator e diretor Antônio Abujamra.

O ator recebeu os prêmios Molière e APCA em 1974 pela atuação em "Orquestra de Senhoritas", de Jean Anouilh.

Seu último papel no teatro foi na reestreia de "O Homem Inesperado" (2010), também com Nicette Bruno, dirigido por Emílio de Mello.

Goulart também foi uma peça fundamental na história da televisão brasileira. Passou por novelas e minissérie das redes Tupi, Paulista, Continental, Excelsior, Globo, SBT e Bandeirantes.

Destacou-se como Altino Flores, da novela "Fera Radical" (1988), patriarca austero e amargurado por viver preso a uma cadeira de rodas, e como o vilão Donato do remake de "Mulheres de Areia" (1993). Seu último trabalho na TV foi na série "Louco por Elas" (2012), da Globo.

A minúcia com que construía seus personagens também encontrava lugar na gastronomia, seu maior hobby. Goulart foi proprietário de um restaurante, o Don Paolo, em São Paulo, e também lançou um livro de receitas com Nicette, "Grandes Pratos e Pequenas Histórias de Amor".

Espírita, ele acreditava em reencarnação e participou de dois filmes religiosos: "Chico Xavier, o Filme" e "Nosso Lar". Também escreveu textos para o teatro, como a peça "Sete Vidas".


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