Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Marginal Pinheiros é a 2ª com mais mortes

No ano passado, morreram 24 pessoas na via, que só fica atrás da marginal Tietê em número de vítimas na cidade

Vizinhos se queixam de 'barulho infernal', gritos e 'algazarra' por causa dos rachas que ocorrem durante a madrugada

ANDRÉ MONTEIRO ROBERTO DE OLIVEIRA DE SÃO PAULO

Ao contrário da tendência de queda na violência do trânsito paulistano, o novo palco de rachas de carrões importados mantém alto o número de acidentes: a marginal Pinheiros é a segunda via com mais mortes na cidade.

No ano passado, 24 pessoas morreram ali, número que se mantém praticamente inalterado desde 2010, quando ocorreram 23 mortes.

A via com mais vítimas da capital, contudo, é outra marginal, a Tietê, com 39 mortes no ano passado. A diferença é que lá os acidentes estão em queda: 30% desde 2010.

O trânsito da maior cidade do país, porém, ainda mata muito: 1.152 pessoas. Para efeito de comparação, é o triplo, proporcionalmente, de uma cidade como Nova York.

Em São Paulo, a marginal Pinheiros é a principal artéria de ligação entre a zona sul e a oeste. Cerca de 40 mil veículos transitam por lá somente durante o pico da tarde.

À noite, quando a via é palco dos rachas, há redução de carros e aumento de caminhões, proibidos de dia.

'BARULHO INFERNAL'

Quem participa de rachas pode receber pena de seis meses a dois anos de prisão, além de multa e suspensão ou proibição de dirigir.

"Fora isso, a conduta não será considerada crime, mas sim mera infração administrativa, punida com multa", afirma o presidente da Comissão de Trânsito da OAB-SP, Mauricio Januzzi.

Se houver alguma morte decorrente de racha, o crime pode ser configurado como homicídio doloso, com pena de seis a 20 anos de prisão.

Para o especialista, somente as multas não desestimulam os rachas. "Há um sensação de impunidade."

No caso da marginal Pinheiros, a multa de velocidade mais cara, de R$ 574, é aplicada quando se trafega acima dos 135 km/h.

Vizinha da marginal, a cozinheira Lúcia de Almeida, 57, diz que as madrugadas de racha são um pesadelo.

"Não consigo dormir com aquele barulho infernal. Eles bebem, gritam e aceleram a noite toda", afirma. "É tudo playboy", diz, enfática, pelo fato de eles ficarem no local na madrugada de um dia útil.

"Além da algazarra, você assiste aos motoristas entrando pela contramão e tem muita gente consumindo drogas. Já liguei inúmeras vezes para a polícia", afirma.

Outra moradora da região, a zootecnista Silvania Neves, 55, concorda que o barulho é intenso. "Dá para perceber que a velocidade atinge mais de 200 km/h", diz. Houve momentos em que o racha lhe tirou o sono. "Deveriam estar correndo em Interlagos, com toda a segurança", afirma.

Para ela, fundamental mesmo é arrumar um espaço para "essa turma colocar toda a adrenalina para fora".


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página