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Duvidavam do julgamento, diz juiz do Carandiru

Magistrado que atuou na primeira etapa diz que 'Justiça foi feita'; Dilma fala em 'vitória'

MARINA GAMA CUBAS DE SÃO PAULO

Juiz da primeira etapa do júri do Carandiru, José Augusto Nardy Marzagão afirmou que muitos achavam que o julgamento do massacre nunca ocorreria.

"Uma brincadeira que se fazia nos corredores dos fóruns era que os nossos netos ocupariam nossos lugares e esse julgamento não teria sido realizado ainda", conta.

Anteontem, o tribunal do júri condenou os últimos 15 policiais militares acusados pelas mortes na Casa de Detenção, em outubro de 1992. Ao todo, 73 PMs receberam penas que, somadas, chegam a 20.876 anos de prisão.

"Se os jurados acharam por bem condenar, eu acho que foi feita a Justiça."

Apesar das condenações, todos os policiais aguardarão recurso em liberdade. Não há prazo para que os pedidos sejam analisados no Tribunal de Justiça. Caso se mantenha a decisão inicial, as partes ainda poderão recorrer aos tribunais superiores, em Brasília.

IMPUNIDADE

Marzagão admite que pode haver uma sensação de impunidade na população pelo tempo até que a decisão fosse tomada e pelo fato de os policiais não estarem presos, mas enfatizou a necessidade de aguardar as instâncias seguintes.

"Seria abuso de qualquer juiz, tanto da minha parte, que presidi o primeiro júri, quanto do Rodrigo [Tellini], que presidiu os outros três, se nós decretássemos a prisão deles em plenário. Eles não têm condenação definitiva. Tem que aguardar o julgamento do recurso."

Por esse motivo, o promotor Fernando Pereira da Silva, que atuou nas duas primeiras etapas do julgamento, defende mudança na lei.

"Espero que exista uma modificação para que, em caso de condenação no tribunal de júri, possa ser determinada a prisão do condenado na primeira instância. A decisão do júri é absolutamente soberana", afirma.

"Antes do início do julgamento, no ano passado, o prognóstico das pessoas é que haveria uma absolvição em massa dos policiais", disse o promotor.

"O resultado claramente representa uma mudança de paradigma em relação ao próprios julgamentos de policiais que cometem excessos no cumprimento do dever."

Ontem, a presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou em sua conta no Twitter que o resultado do júri representa "uma vitória contra a impunidade".


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