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Incêndio na FAU causa interdição de salas de aula
Fogo surgiu após curto-circuito em luminária; USP avalia situação hoje
Prédio não tem vistoria válida dos bombeiros, dizem docentes; imóvel tombado impede obtenção do documento, diz diretor
Um incêndio na FAU-USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo), no fim da semana passada, causou a suspensão de aulas em seis salas hoje, por todo o dia.
Uma reunião extraordinária da congregação da instituição, marcada para as 9h de hoje, deve definir para onde os alunos serão remanejados até que a situação seja normalizada no prédio.
Segundo funcionários, o incêndio aconteceu após um curto-circuito em uma luminária na sala 811, na última quinta-feira. Uma lona acabou pegando fogo.
Na tentativa de controlar as chamas, funcionários jogaram água e danificaram alguns computadores da sala.
O fogo foi extinto pelos próprios empregados da faculdade, sem a ajuda do Corpo de Bombeiros.
O acidente provocou a interdição temporária das salas 807, 808, 809, 810, 811 e 812.
O incidente levantou outro tema a ser discutido, segundo professores da faculdade: o prédio não possui AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros) válido.
A falta do documento que atesta a segurança contra incêndio em uma das principais faculdades de arquitetura do Brasil preocupa empregados e estudantes.
"Só tive problema numa sala. Por precaução, suspendi nas outras salas, mas por enquanto só até terça [hoje]", diz o diretor da FAU, Marcelo de Andrade Roméro.
Ele afirma que a faculdade está em reforma e deve ter todo o sistema elétrico trocado.
As obras no prédio terminam em dezembro.
Questionado sobre a falta de AVCB, ele diz que o fato de um prédio da instituição ser tombado dificulta a obtenção do documento.
"Pela lei do patrimônio histórico, a gente não pode alterar nada do prédio", afirma.
"Uma lei age contra a outra. Uma pede uma coisa e a outra impede de fazer a mesma coisa", completa.
DETERIORAÇÃO
Há mais de 15 anos, o prédio desenhado pelo arquiteto João Batista Vilanova Artigas está em processo de grave deterioração.
O principal problema da construção é a cobertura, que apresenta vazamentos e até pedaços de concreto soltos.
Questionada na tarde de ontem sobre a falta do AVCB no local, a Secretaria da Segurança Pública, responsável pelo Corpo de Bombeiros, não se pronunciou até a conclusão desta edição.