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Cotidiano

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Haitianos são despejados em SP, diz secretário de Haddad

Gestão petista critica iniciativa do governo do Acre, do PT, de enviar imigrantes

Integrante do governo acriano rebateu: 'São Paulo tem preconceito; se fossem americanos brancos, como seria?'

DE SÃO PAULO

Um secretário municipal da gestão Fernando Haddad (PT) disse ontem que imigrantes haitianos recém-chegados do Acre estão sendo "despejados" em São Paulo.

A crítica ao envio dos imigrantes para a capital paulista, feita por Rogério Sottili (Direitos Humanos e Cidadania), é a primeira feita publicamente pela administração municipal sobre a ação do Estado do Acre, governado pelo também petista Tião Viana.

Neste mês, 500 imigrantes haitianos chegaram à cidade vindos do Acre. "O que não podemos admitir é a atitude de despejar os refugiados na cidade sem contato político para garantir seus direitos e condições de vida", disse o secretário municipal.

A crítica da gestão Haddad é semelhante à feita semana passada pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB): o Acre não avisou com antecedência que imigrantes estavam sendo postos em ônibus rumo a São Paulo.

O próprio Haddad criticou o governo acriano, embora de forma sutil. "Podemos nos organizar. Trabalhando com antecedência, tanto melhor", disse o prefeito.

Ele, porém, tentou esfriar os ânimos. "Não podemos rebaixar o debate político como aconteceu. Agressões mútuas não vão contribuir."

Segundo o governo do Acre, Haddad ligou à tarde para o governador Tião Viana para amenizar as críticas de seu secretário. Viana esperava uma retratação oficial --o que não acontecerá, de acordo com a gestão Haddad.

'IRREVERSÍVEL'

O envio de haitianos para outros Estados é um processo "irreversível", disse Nilson Mourão, secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos do governo do Acre.

"Não estamos despejando ninguém em lugar nenhum. Estamos tratando de modo humanitário seres humanos pobres e negros que entram no Brasil pelo Acre."

Há 220 haitianos em ônibus a caminho de São Paulo e outros 273 que, assim que tiverem documentação regularizada, poderão seguir o mesmo rumo, disse Mourão. O Acre paga o transporte.

Ele disse que a situação não irá mudar porque as fronteiras brasileiras são abertas aos haitianos e que esses imigrantes têm direito de ir e vir --e, se querem vir a São Paulo, o Acre ajuda com ônibus.

"São Paulo tem preconceito contra imigrantes. Se fossem norte-americanos brancos, italianos, como seria?"

Na madrugada de ontem, mais 40 haitianos chegaram à Missão Paz, braço da Igreja Católica na região do Glicério (centro de São Paulo) para onde os imigrantes têm ido.

Por falta de espaço,eles têm dormido no chão.


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