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Manicure é torturada e morta por trio que a acusou de furtar dinheiro

Ação foi filmada por autores, que chegaram a arrancar olho esquerdo da vítima com um garfo

Polícia Civil prendeu dois homens e uma mulher depois que um deles perdeu o celular com os vídeos

DE SÃO PAULO

Uma manicure foi torturada por três horas e enterrada em um terreno abandonado por dois homens e uma mulher que a acusaram de furtar dinheiro --produto de outros crimes-- de uma casa na periferia de Barueri (Grande SP).

O assassinato, filmado com um celular pelos próprios autores, aconteceu em 24 de abril --data em que Ane Kelly Santos, 26, sumiu, ao sair de casa para ir à padaria.

A Polícia Civil desvendou o caso no fim de semana, depois que um dos criminosos perdeu o celular com os vídeos. Alguém encontrou o aparelho e o levou à polícia.

Jackson Nunes Pereira, 21, a namorada dele, Renata Fonseca da Silva, 27, e o amigo, Valmir de Oliveira, 27, estão presos. Segundo a polícia, diante dos vídeos, eles confessaram o crime.

Inicialmente, alegaram a policiais de Barueri que Ane Kelly tinha sido morta por furtar um pacote de biscoito.

Segundo o delegado-chefe da Divisão de Homicídios, Itagiba Franco, Pereira mudou a versão e disse que a vítima havia furtado dele R$ 27 mil que ele guardava em casa.

O dinheiro, fruto da exploração de máquinas caça-níqueis ilegais e de furtos de veículos, foi sumindo aos poucos da casa em que Pereira vivia com Renata. Ele contou que chegou a desconfiar dela e do amigo, mas, por fim, concluiu que Ane Kelly o furtara.

Segundo a polícia, Pereira disse que a manicure tinha problemas financeiros e, para sustentar as cinco filhas, fazia faxina na casa de vizinhos, inclusive na dele. E, por isso, sabia onde ficava o dinheiro.

Pereira e Oliveira a abordaram enquanto ela ia à padaria. Ela aceitou uma carona e foi levada até uma casa abandonada, onde foi torturada após, segundo eles, confessar o furto. Foi espancada, enforcada, levou um tiro no pé, teve o olho esquerdo arrancado com um garfo e um dedão do pé estourado por um martelo.

Ao final, os algozes jogaram sal nos machucados. Toda a ação foi filmada por Renata, que incentivava o namorado a desferir os golpes.

"Jackson [Pereira] ficou louco quando viu seu dinheiro se perder. E ele falou: Fiquei ainda mais bravo com a Kelly porque ela não chorou [na tortura]'", disse o delegado.

O trio dirigiu cerca de 3 km até um terreno abandonado em Osasco, onde Ane Kelly, ainda viva, deitou-se numa cova rasa, levou uma machadada e foi enterrada. Exames dirão se ela foi sepultada viva.

Os três devem responder por homicídio, tortura e ocultação de cadáver. Não tinham advogado. Só Oliveira tem passagem anterior pela polícia, por suspeita de tráfico.

Um adolescente que aparece no vídeo --ele fumava crack no terreno e acabou ajudando a torturar a vítima, queimando-a-- também é procurado pela polícia.


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