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Fuvest pode deixar de ser a única porta para a USP

Uso do Enem e busca de alunos talentosos em escolas são medidas estudadas

Mudanças devem ser implantadas até 2016; instituição também facilitou concessão de bônus para rede pública

ARETHA YARAK DE SÃO PAULO

A USP, principal universidade do país, vai mudar a seleção de novos alunos até 2016. O objetivo é que a prova da Fuvest deixe de ser a única entrada na instituição.

As novas formas de ingresso ainda não estão definidas.

Segundo a pró-reitoria de graduação, isso deve ocorrer até março de 2015. A decisão final sobre o modelo caberá ao Conselho Universitário.

"Um mecanismo só de ingresso [a Fuvest] não é mais possível", afirma o pró-reitor de graduação, Antônio Carlos Hernandez. Ele diz que a discussão sobre alternativas de seleção existe desde 2005.

"Chegou o momento de colocar isso em prática. Precisamos mudar a USP e decidimos encarar esse debate para efetivar as mudanças nos próximos anos", diz.

Entre os caminhos estudados estão o Enem (exame federal), o sistema de cotas e até a busca de alunos em escolas e competições científicas, como ocorre em instituições estrangeiras.

"Acredito muito na busca por talentos. Vejo aluno bom, preparado, que participa de olimpíadas esportivas ou de física, mas que nem chega a prestar o vestibular. É uma perda", diz Hernandez.

Para Vera Lúcia da Costa Antunes, coordenadora pedagógica do colégio Objetivo, com essa mudança, a USP deve atrair a excelência do ensino público básico.

"A universidade tem perdido esses alunos para outras instituições, inclusive estrangeiras. A USP precisa disso para voltar a ser a melhor da América Latina", comenta.

A presidente do Conselho Estadual de Educação, Guiomar Namo de Mello, alerta que, caso a universidade decida reservar vagas para esses "talentos", a seleção não deve ser automática.

"É preciso que haja um critério", afirma. "Existem vários caminhos, como o vestibular seriado", exemplifica.

Segundo o Ministério da Educação, as universidades têm autonomia para definir seu processo seletivo.

Para frei Davi Santos Franciscano, diretor-executivo da Educafro, ONG voltada para a inclusão de pessoas de baixa renda no ensino superior, a iniciativa deveria ter início já neste vestibular.

BÔNUS

O plano foi anunciado nesta quinta-feira (5) pelo pró-reitor Hernandez, que também divulgou alterações no sistema de bônus para estudantes vindos de escolas públicas, o Inclusp (Programa de Inclusão Social).

Hoje, a pontuação adicional é aplicada proporcionalmente ao número de acertos na Fuvest --ganha mais bônus quem for melhor na prova.

Recebe o percentual máximo para determinada categoria apenas quem acertar mais de 60 das 90 questões da prova da primeira fase.

A partir já deste vestibular, no entanto, todos os que atingirem a meta mínima de 27 questões (ou 30% da prova) vão ganhar o bônus total. A ideia da medida é atrair mais egressos de escolas públicas.

"Nossa expectativa é de que essa mudança aumente a porcentagem de alunos do ensino público na universidade já em 2015", diz o pró-reitor.

Em 2014, 32,3% dos matriculados são de escolas públicas --em medicina, 41,2%. A meta do governo é que a instituição atinja 50% em 2016.

Outra mudança é a definição da nota de corte --a mínima necessária para passar da primeira para a segunda fase. O cálculo passará a levar em conta a nota atingida com o bônus, e não só a pontuação na prova.

Com isso, a nota de corte subirá de um a dois pontos, o que dificultará a seleção para todos, vindos da rede pública ou não. "Assim, você considera o fundamental, que é o mérito", diz Hernandez.


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