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Soldados trazem a SP vírus 'primo' da dengue
Seis militares recém-chegados do Haiti estão com o chikungunya
Há outros quatro casos de suspeita da doença, que provoca febre e dores intensas nas articulações
São Paulo confirmou nesta segunda-feira (9) seis casos de infecção pelo chikungunya, vírus muito parecido com o da dengue e que também é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.
Os infectados são soldados do Exército que acabaram de voltar da missão de paz da ONU (Organização das Nações Unidas) no Haiti.
Restrito à África e à Ásia até o ano passado, o chikungunya tem se espalhado rapidamente pelo Caribe.
A alta incidência do mosquito transmissor da dengue no Brasil acendeu o alerta sobre a possibilidade de que o vírus chikungunya também se alastre pelo país.
Como a dengue, ele também causa febre alta, mas raramente leva à morte.
O maior problema são intensas dores nas articulações do corpo, que podem persistir por meses.
"É muito sério. As pessoas sofrem, podem ficar afastadas do trabalho por muito tempo", afirma Lúcio Freitas, coordenador de bioensaios do LNBio (Laboratório Nacional de Biociências), que também é especialista em doenças tropicais.
De acordo com o Ministério da Defesa, outros quatro soldados do mesmo grupo também estão sob suspeita de ter a doença.
Eles aguardam resultados de exames. Todos estão no Hospital Militar de Área de São Paulo e passam bem.
CONTÁGIO
Os casos da doença foram detectados pouco depois da volta dos militares ao Brasil, ainda no chamado período de aquartelamento, em que eles ficam isolados.
Por causa desse isolamento, o risco de contágio é considerado mais baixo.
Além disso, a Sucen (Superintendência de Controle de Endemias), da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, realizou procedimentos para destruir possíveis mosquitos e larvas nos locais por onde eles passaram, na capital paulista e em Campinas, a cidade que tem o maior número de casos de dengue no Estado de São Paulo.
O Ministério da Saúde diz que, após a intensificação dos casos de infecção pelo chikungunya no Caribe, criou um plano especial de contingência para a doença.
Em 2010, foram detectados três casos do vírus no país. Todos eles foram contraídos por pessoas que viajaram a áreas endêmicas.