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Mulheres trocam site e aplicativo de paquera por santo
Após só conseguir 'tranqueira' em apps, gerente decidiu 'ir para a igreja' no dia de santo Antônio
Cansada de buscar a cara-metade em aplicativos de celular e sites de relacionamento, a gerente Marcia Rosa, 41, resolveu mudar de estratégia. Comprou um bolo.
Foi à paróquia Santo Antônio do Pari, na zona norte de São Paulo, que todo ano promove uma festa em homenagem ao dia do santo casamenteiro, celebrado ontem (13/6).
Lotadas, missas aconteciam de hora em hora. A mulherada, esperançosa, compareceu em peso.
Diz a lenda que quem come o bolo vendido na festança não demora a encontrar um novo amor.
Por isso, ontem à tarde era longa a espera na fila da barraca que oferecia um pedacinho da guloseima por R$ 4.
Foram produzidos ao todo quatro toneladas da receita.
Separada, Marcia buscava o parceiro ideal no Tinder, famoso app que ajuda homens e mulheres a encontrar paqueras nas redondezas.
Não deu muito certo, lamenta. "O Tinder só me trouxe tranqueira. Mudei de estratégia e vim para a igreja, tenho esperança."
A fotógrafa Raquel Lopes, 36, usava outro app casamenteiro, o Lovoo. O resultado também foi ruim, reclama.
Decepcionada, ela foi pedir uma ajudinha a santo Antônio na igreja do Pari. Sonhava em achar um partidão ali mesmo, na fila do bolo.
Fez uma vistoria rápida no ambiente e não se deparou com nada entusiasmante. "Só tem senhorinhas aqui", disse.
"Vão achar que sou a maior encalhada do Brasil", disse a empresária Priscila Nicory, 27, enquanto comia seu pedaço.
Não é para tanto. Priscila está sozinha há um ano, mas não se desesperou a ponto de procurar o amor em aplicativos de celular. "Prefiro apostar no bolo", disse.
Para muitas mulheres, a simpatia deu certo.
O casamento de Wanda de Freitas, 65, começou após ela provar o doce, há 35 anos.
"Encontrei meu marido logo depois que comi." Mas o feitiço não é infalível, diz. "Tem mulher que vem e não casa. Tem que ter fé."