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Sistema facilita ingresso de aluno da rede privada

FLÁVIA FOREQUE DE BRASÍLIA

"Ainda existe preconceito. Ficam fazendo piadinha sobre tirar foto no escuro e, em algumas lojas, sempre tem um segurança por perto. Dá pra perceber", diz Renata Sousa da Silva, 24.

Formada no ano passado em nutrição pela UnB, ela ingressou na federal pelo sistema de cotas, que considera "muito bom". Apesar do elogio, defende reserva de vagas para alunos da rede pública, independentemente da questão racial.

"Tem pessoas brancas que são pobres e também têm dificuldades [para acessar o ensino superior]", diz.

Hoje, ela e o irmão --que também se formou pelas cotas-- contribuem com o orçamento da casa.

A mãe, empregada doméstica, fez apenas o ensino fundamental. O pai estudou até a antiga 4ª série (atual 5º ano).

A história difere da trajetória de Josemar de Oliveira Júnior, 24, estudante de medicina na UnB, um dos cursos mais concorridos.

Aluno de escola particular, fez cursinho por dois anos até decidir tentar o sistema de cotas.

"Durante muito tempo não considerei [essa possibilidade], porque tive condições de estudar [na rede privada] e não achei justo tentar só pelo fato de me considerar negro", afirma.

Josemar e Renata não poderiam ingressar no ensino superior pelas regras da lei federal de cotas. Ambos foram alunos da rede privada --ela, com bolsa integral.

"A lei cria categorias que a gente nunca estabeleceu. O preconceito não se dá pela classe, mas pela cor da pele", diz Mauro Rabelo, decano de graduação.

Foi justamente esse o fator que mais gerou críticas à política da UnB. A instituição foi acusada de criar uma espécie de "tribunal racial" para definir quem teria acesso às cotas.


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