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Sem-teto protestam de novo em SP e ameaçam radicalizar

Movimento faz pressão por Plano Diretor na sede do sindicato das construtoras

'Foi apenas um aviso. Amanhã não vamos ficar só na porta não', diz líder do MTST, após fechar a av. 23 de Maio

DE SÃO PAULO

Após duas semanas de trégua, os sem-teto retomaram os protestos e já ameaçam radicalizar pela aprovação do Plano Diretor da cidade de São Paulo e a reserva de mais áreas para moradia popular.

Nesta quarta-feira (18), 3.000 integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), segundo estimativa da PM, fecharam a avenida 23 de Maio num ato que mirou tanto os vereadores como as construtoras.

Depois de partir da estação Paraíso do Metrô e fechar vias da zona sul, a manifestação fez um cerco à sede do Secovi (sindicato do setor imobiliário), na Vila Clementino.

"Hoje foi apenas um aviso", disse Guilherme Simões, coordenador do MTST, de cima de um carro de som. "Se os vereadores patrocinados pelas empreiteiras não aprovarem o Plano Diretor, amanhã tem mais [protesto] e não vamos ficar só na porta não."

O Plano Diretor é um conjunto de diretrizes urbanísticas do crescimento da cidade para os próximos 16 anos.

Ele precisa passar pela segunda votação da Câmara antes de ir para a sanção do prefeito Fernando Haddad (PT).

Os sem-teto querem que áreas invadidas --como a Copa do Povo, na zona leste, a 3,5 km do Itaquerão-- sejam reservadas para moradia.

A oposição resiste, no entanto, sob a alegação de que eles não podem passar na frente de outros que também precisam de habitação. O impasse é motivo de desgaste para Haddad, que assumiu compromisso com os sem-teto e, ao mesmo tempo, precisa de apoio da Câmara para a aprovação do Plano Diretor.

"Se não resolver, vamos colocar 30 mil em frente à Câmara", disse Jussara Basso, coordenadora do MTST, que estimava em 15 mil os manifestantes desta quarta (18).

O MTST fez uma sequência de protestos nos últimos meses. O último deles, no dia 4, foi seguido de um acordo com os governos Fernando Haddad e Dilma Rousseff (PT), que se comprometeram em viabilizar áreas para moradia.

No mês passado, duas construtoras --Odebrecht e OAS-- foram invadidas durante um protesto do grupo. Neste ano, eles entraram em confronto com a PM após tentativa de invasão à Câmara.

Na tarde desta quarta (18), quando eles chegaram à sede do Secovi, policiais da Força Tática fizeram uma barreira com escudos para impedir a aproximação de manifestantes na entrada do prédio.

Aos poucos, os líderes do movimento convenceram os PMs a recuarem um pouco, e eles tomaram parte da escadaria externa do sindicato.

ADIAMENTO

A nova pressão dos sem-teto ocorreu num dia em que a discussão do Plano Diretor e do pleito do movimento esfriou entre os vereadores.

A previsão de debater esse tema na sessão foi ofuscada pela tentativa da gestão Haddad de viabilizar às pressas a criação de um feriado no próximo jogo do Brasil na Copa --devido aos congestionamentos na terça (17), momentos antes da última partida.

O relator do Plano Diretor, Nabil Bonduki (PT), apresentou a última versão do texto no começo da semana e previa a votação até a próxima. Ele lamentou ter sido adiada a discussão do projeto.

A bancada governista queria votá-lo antes do início da Copa. Agora, há risco de não conseguir aprová-lo antes do fim do Mundial.

"Não acho que é pertinente postergar um projeto que é muito importante e que será fundamental para dar seguimento ao processo de planejamento", disse Bonduki.

O presidente da Comissão de Política Urbana, vereador Andrea Matarazzo (PSDB), afirmou que a tendência é que a discussão fique para agosto.


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