Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Sabesp tem de tirar menos água do Cantareira
Comitê de crise reduziu vazão máxima que companhia pode captar do sistema para Grande SP
Com a seca cada vez mais crítica, o comitê que determina a quantidade de água a ser retirada do sistema Cantareira decidiu que a Sabesp reduza novamente a captação para abastecer a região metropolitana de São Paulo.
Durante a primeira quinzena de julho, a companhia poderá captar no máximo 19,7 m³ de água --o equivalente a 19.700 litros-- por segundo.
Nos últimos 15 dias de junho, o limite era 8,4% maior, fixado em 21,5 m³/s.
O novo índice vale até o próximo dia 15, quando deve ser reavaliado pelo grupo.
A redução frustra a expectativa da Sabesp, que havia solicitado uma captação maior para julho --20,9 m³/s.
O órgão técnico, porém, restringiu a vazão devido ao agravamento da seca sobre o sistema e à "eventual necessidade de aumento da descarga para as bacias PCJ [no interior paulista]".
Criado em janeiro, o comitê de crise é formado por técnicos da ANA (Agência Nacional de Águas) e do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) que monitoram diariamente os índices do sistema e definem a retirada máxima de água para abastecimento a cada 15 dias.
O Cantareira é a principal fonte de água da Grande São Paulo, onde atende quase 9 milhões de pessoas. Também abastece cerca de 6 milhões de moradores da região de Campinas e Piracicaba.
Nos últimos dez dias de junho, a queda no nível dos reservatórios aumentou 64% em relação aos dez primeiros dias do mesmo mês.
Ontem (2/7), o Cantareira tinha apenas 20,2% da água que é capaz de guardar. Devido à crise, o sistema usa desde maio seu "volume morto" --água do fundo das represas.