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Para especialistas, investigações têm que melhorar

DE SÃO PAULO

Especialistas em segurança pública afirmam que é preciso priorizar as investigações para acabar com ladrões "profissionais".

Segundo Renato Sérgio de Lima, da FGV e coordenador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o combate a esse crime deve seguir o exemplo do que foi feito com os homicídios, que tiveram queda.

"Nos anos 90, houve mudança na forma de investigar homicídios, com ferramentas de gestão e novas tecnologias. Priorizou-se a inteligência, com prisões de homicidas contumazes e grupos de extermínio."

"Roubos só irão cair com novos investimentos no fortalecimento da capacidade de investigação e de supervisão da atividade policial. Deveria-se priorizar grandes investigações, mapear quadrilhas e rotas de receptação de bens", diz.

Na mesma linha, o pesquisador Guaracy Mingardi afirma que é preciso melhorar a investigação.

"Para os criminosos, qual o problema de roubar? A pena é maior [que do furto]. Mas eles têm certeza de não serem pegos, e os números dizem que eles têm alguma razão."

Conforme a Folha mostrou em junho, a Polícia Civil só abre inquérito para investigar 1 a cada 10 queixas de roubo no Estado. Já um estudo da FGV feito nas prisões paulistas mostra que 65% dos detentos foram capturados em flagrante, ou seja, não foram presos após investigação.

Mingardi também critica o sistema penitenciário.

"Temos um sistema que está prendendo muito e colocando muita gente na cadeia, e é comum colocar o réu primário com ladrão antigo. Presídio funciona como escola de ladrão."

Para a promotora criminal Eliana Passarelli, o aumento dos roubos está relacionado com a "má gestão do policiamento ostensivo" e a impunidade.

"Na minha Promotoria, eu peço penas altas. Se os operadores de direito se valessem das penas que temos, as pessoas estariam mais convencidas de que há uma justiça a ser feita. Nós [operadores de direito] estamos muito tolerantes, contemporizamos sempre. É o princípio do coitado' [do ladrão]", diz.


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