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Rosalina Guarim Orsini (1913-2014)

Dedicada ao seu grande amor

ANDRESSA TAFFAREL DE SÃO PAULO

Além de cartões, postais de viagens e cartas enviadas durante a Revolução Constitucionalista por Aristóteles, Rosalina guardava com imenso cuidado o primeiro presente que recebeu do marido: o livro "Encantamento", de Guilherme de Almeida.

Para rememorar os 62 anos de união, às vezes tirava da estante a obra, um exemplar encadernado com madeira.

Rosalina tinha 19 anos quando conheceu Aristóteles na festa de casamento de uma amiga. Após convidá-la para dançar, o rapaz prometeu: "Vou casar com você".

Antes de assumir o compromisso, ele precisou lutar na Revolução de 1932. De Casa Branca, no interior paulista, enviava notícias (e declarações) para a namorada. "Eu dizia o quanto gostava de você. Pois quer que seja sincero? Agora gosto muito mais. Não vejo o momento de voltar", escreveu em uma das cartas.

Vaidosa, Rosalina tinha sempre um pente e um espelho à mão e não encontrava ninguém sem passar batom.

Também era conhecida por ser falante e pelas músicas que tocava no piano. "Tico-tico no Fubá" era a canção mais pedida pela família.

Diariamente, assistia pela TV à missa de Nossa Senhora Aparecida e não perdia o "Jornal Nacional", só para ver "o bonitão William Bonner".

Antes de ir para o hospital, caminhava sozinha com o andador e, ao menor olhar de uma das cuidadoras, respondia: "Por que você não faz um almoço gostoso para mim?".

Morreu no dia 26, aos cem, de pneumonia. Viúva desde 1998 de Aristóteles --que dá nome ao planetário do parque Ibirapuera--, teve dois filhos, uma neta e duas bisnetas.


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