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Bebê morre após passar 34 horas soterrado com a família em Aracaju

Criança de 11 meses dormia com os pais e a irmã em prédio que desabou na madrugada de sábado

Família ficou presa em espaço de cerca de 30 cm de altura; até a noite de domingo (20), pais não sabiam da morte

VALTER LIMA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM ARACAJU (SE) DANIEL CARVALHO DO RECIFE

Um bebê de 11 meses morreu na tarde de domingo (20) poucos minutos depois de ter sido resgatado ao lado da família dos escombros de um prédio que desabou em Aracaju (SE) no dia anterior.

Ítalo Miguel, os pais --o auxiliar de pedreiro Josevaldo da Silva, 24, e a dona de casa Vanice de Jesus, 31-- e a irmã, Ane Gabriele, 8, estavam soterrados sob os entulhos do havia mais de 34 horas.

Ficaram cerca de 25 horas sem nenhum alimento e sem água. Foram retirados de lá pelos bombeiros, por um buraco de 40 centímetros, entre 12h05 e 12h20 de domingo, e levados para o Hospital de Urgência de Sergipe.

Ainda no prédio, Ítalo teve uma parada cardiorrespiratória. A caminho do hospital, não resistiu e morreu de insuficiência respiratória.

Na noite de domingo, internados em situação estável, pai, mãe e irmã ainda não sabiam da morte do bebê.

Médicos, psicólogo e assistente social do hospital decidiram colocá-los numa área isolada --sem acesso a TVs. Até a conclusão desta edição, não havia previsão de alta.

O prédio residencial de três andares estava em construção e em fase de acabamento. Segundo a Prefeitura de Aracaju, o alvará para construção do prédio está regular.

SAUDADES DO FILHO

Silva era um dos operários da obra e morava no imóvel. Trabalhava no local havia dois meses e, muito apegado ao menino Ítalo, estava ansioso para vê-lo. Vanice e as crianças chegaram do interior de Alagoas na sexta (18).

Segundo o vigia Rogério Carlos Santos disse à imprensa local, os três planejavam voltar para casa após três dias.

Sem dinheiro para hospedagem, resolveram ficar todos no prédio em construção.

Naquela mesma noite, acomodaram-se no térreo do imóvel, onde dormiram num só colchão, de acordo com os bombeiros. À 1h45 do sábado, o prédio desmoronou.

Foram salvos porque ficaram presos entre o colchão em e a laje do prédio, que ficou escorada nos escombros.

Nesse espaço, havia cerca de 30 cm de altura. "Tanto que o homem [Silva] disse que a distância entre a testa dele e a laje era de dois dedos", disse a major Maria Souza.

Cerca de 200 pessoas se aglomeraram em frente ao prédio para acompanhar o resgate. Assim que cada uma das vítimas saíam, aplaudiam. Quando todos estavam sendo atendidos pelo Samu, rezaram juntos o "Pai Nosso".


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